Praga está comprometendo estrutura dos casarões históricos, resultando em risco de acidentes para quem passa pelas imediações.
Publicado em 16/06/2012 às 06h00 Clara Câmara
Os imóveis comerciais do Centro Histórico de João Pessoa estão sofrendo
infestações de cupins vindas de casarões abandonados na região central
da cidade. Alguns comerciantes já estão tendo que usar veneno para
combater a praga. Além disso, os cupins estão comprometendo a estrutura
dos casarões históricos, resultando em risco de acidentes para quem
passa pelas imediações.
Um ponto crítico é encontrado no Varadouro. Com casarões antigos
dividindo espaço com madeireiras, a situação fica bastante complicada
para os comerciantes, que dependem da qualidade da madeira para fazer
negócio. Um caso grave é apresentado pela gerente de uma madeireira, que
não quis se identificar com receio de que a questão trouxesse má
publicidade para seu estabelecimento. A gerente tem que tomar medidas de
precaução constantes para evitar que os cupins tomem conta de suas
mercadorias. A cada três meses, ela precisa recorrer ao veneno e ao óleo
queimado, alternativa muito usada contra cupins. “Essas casas
abandonadas não têm manutenção e acabam sendo foco de cupins que acabam
nos afetando”, avaliou.
Outro exemplo desse problema tem endereço certo: é o casarão
instalado na esquina da Praça Dom Ulrico. Degradado, coberto de
vegetação, com janelas e portas quebradas e paredes repletas de pontos
de rachaduras, o imóvel em questão já trouxe muita dor de cabeça ao
responsável por um estabelecimento comercial nas imediações do casarão
abandonado. Seu negócio também já foi tomado por cupins várias vezes.
“Já tive vários problemas com os cupins que vêm dessa casa vizinha
abandonada. Em todas as infestações, eu que tive que solucionar o
problema”, disse o responsável pelo local, que preferiu não ter a
identidade revelada, com medo de prejudicar o funcionamento do
estabelecimento.
Além da questão de repassar as infestações para os vizinhos, esses
casarões abandonados também podem causar acidentes para quem passa em
suas calçadas, já que sua estrutura não está estabilizada. Segundo a
chefe de Divisão de Projetos do Instituto do Patrimônio Histórico e
Cultural da Paraíba (Iphaep), Paula Ismael, “o cupim causa problemas na
coberta desses imóveis, que pode causar desmoronamentos e acarretam
problemas também para os transeuntes”, explicou.
O procedimento, em casos assim, é acionar algum dos órgãos de
proteção ao patrimônio, Iphan e Iphaep, no caso federal e do Estado, e a
Coordenadoria do Patrimônio Cultural de João Pessoa (Copac) e Defesa
Civil, na instância municipal. O coordenador da Defesa Civil, Francisco
Noé, explicou que ao órgão cabe a vistoria técnica, por denúncia ou por
investigação.
Em imóveis privados é necessário contatar o dono desses casarões para
que prestem esclarecimentos acerca do descaso apresentado. “Entramos em
contato com os proprietários ou responsáveis pelo imóvel e orientamos
em relação ao que fazer para a restauração. Quando não é feita a
restauração, os casos são levados para o Ministério Público”, esclareceu
o diretor executivo do Iphaep, Marco Coutinho.
No caso dos cupins e se for em um imóvel público, são acionados
técnicos para detectar o percurso do cupim, achar o ninho e destruí-lo.
Fonte
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