quinta-feira, 14 de junho de 2012

Sudema fiscaliza locais que vendem lenha para fogueira na Paraíba

14/06/2012 10h08 - Atualizado em 14/06/2012 12h26

Onze pontos que vendem madeira foram inspecionados em Campina.
Estabelecimentos podem ser multados em até R$ 50 mil por irregularidades.
 
Do G1 PB com TV Paraíba
 

A tradição das fogueiras na época das festas juninas faz parte da cultura nordestina, mas os órgãos ambientais estão preocupados com o saldo negativo para a natureza dessa prática. Por isso, uma fiscalização foi realizada na tarde da quarta-feira (13) em pontos que comercializam lenha na cidade de Campina Grande, no Agreste da Paraíba, onde é realizada uma grande festa de São João.

Agentes da Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema) e da Associação de Proteção Ambiental (Apam), com o apoio da Força Florestal e da Polícia Ambiental, vistoriaram os onze locais em que a madeira é comercializada em buscas de irregularidades.
 
Pontos em bairros como Malvinas, Cruzeiro, Bodocongó, Alto Branco e Centenário foram fiscalizados, mas segundo a Sudema nenhuma anormalidade foi encontrada nos estabelecimentos que vendem a lenha. Os comerciantes receberam folhetos que devem ser entregues aos consumidores no momento da compra. São informações sobre a forma correta e segura de queimar a fogueira.

Para exercer a atividade comercial, é preciso fazer um cadastro na Sudema e para isso é necessário receber antes uma guia no Ibama. Além disso, deverão ser apresentados documentos como o RG e CPF, assim como informar a superintendência onde será o local de venda. Só é permitido vender madeira de algaroba. O comércio de espécies nativas e sem cadastro é crime ambiental.

A Sudema estima que jeam comercializadas 165 toneladas de lenha neste mês em CG (Foto: Reprodução/TV Paraíba)
Devem ser comercializadas 165 toneladas de lenha
neste mês em CG (Foto: Reprodução/TV Paraíba)
A estimativa da Sudema é de que sejam comercializadas 165 toneladas de madeira na cidade durante o período, e este total não retorna para o meio ambiente porque não há uma política de sustentabilidade nesses negócios. "O que queremos é conscientizar a população sobre os riscos que o grande número dessas fogueiras causam, tanto à saúde quanto ao meio ambiente, provocando o desmatamento", disse o técnico ambiental da Sudema, Roberto Almeida.
 
O trabalho começou no início do mês de junho, quando foi feito um alerta aos comerciantes. Nesta quarta, começaram as fiscalizações, que devem seguir até o fim do mês. Se encontradas irregularidades, os proprietários serão notificados e poderão responder criminalmente, além de pagar multa, que pode variar entre R$ 5 mil e R$ 50 mil, e ter a madeira apreendida. As fiscalizações foram iniciadas depois de uma solicitação do Ministério Público.

Fogueiras também são vistoriadas

Polícia Ambiental vai participar de fiscalizações das fogueiras juninas (Foto: Reprodução/TV Paraíba)
Polícia Ambiental vai participar de fiscalizações
das fogueiras juninas (Foto: Reprodução/TV Paraíba)
Mas não é somente a venda da lenha que será vigiada, pois as fogueiras estão sendo inspecionadas pelos órgãos e terão suas restrições, principalmente com relação ao local onde serão acesas. “É tradição acender fogueiras, mesmo a Paraíba estando em primeiro lugar no Brasil, em processo de desertificação, mas não queremos coibir esta prática cultural. A intenção é apenas alertar para os riscos e fazer com que seja festejada da forma correta”, disse Roberto. As fogueiras não podem ser acesas debaixo de árvores ou postes; a menos de 200 metros de logradouros públicos, como hospitais e escolas; além de manter distância do asfalto.



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