Para'iwa
Coletivo de Assessoria e Documentação apresenta hoje, às 19h30, na
Usina Cultural Energisa, vídeos produzidos por estudantes e professores
do Pontão da Caatinga.
Publicado em 19/06/2012 às 08h00
Tiago Germano
O bioma da Caatinga é único no mundo. Ocupando quase 10% do território
nacional, abrange uma faixa territorial que vai do Maranhão a Minas
Gerais, possui mil espécies de plantas e 876 de animais, representando
um dos ecossistemas mais importantes do Brasil.
Com a proposta de ampliar as discussões em torno deste bioma, o
Para'iwa Coletivo de Assessoria e Documentação apresenta hoje, às 19h30,
na Usina Cultural Energisa, em João Pessoa, os vídeos produzidos por
estudantes e professores do Pontão da Caatinga, reunião de pontos de
cultura que já realizou 61 filmes, capacitou 150 estudantes, 40
professores e 24 agentes culturais.
A apresentação ocorre simultaneamente à Conferência das Nações Unidas
sobre Desenvolvimento Sustentável Rio+20, que traz ao Brasil, até a
próxima sexta-feira, chefes e representantes de Estado para debaterem o
futuro do nosso meio ambiente.
Segundo Flávia Emanuela, professora do Pontão da Caatinga em
Arcoverde (PE), a iniciativa mostra "que a caatinga tem vida, formas,
flores, culturas e valores". Local de maior concentração populacional do
Semiárido, além de uma singular paisagem, a Caatinga tem servido de
cenário para inúmeras manifestações culturais, sobretudo na área do
audiovisual.
"Os pontos de cultura mostram a criatividade do povo, das pessoas que
fazem a cultura. Cabe aos pontões identificar os grupos e amarrar esta
rede, atuando como articulador, capacitador e difusor de cultura", conta
Célio Turino, idealizador do programa Cultura Viva, no vídeo
institucional do Pontão da Caatinga.
Os pontos de cultura atuam lado a lado com as escolas, como frisa
Márcia Rollemberg, da Secretaria da Cidadania e Diversidade Cultural do
MinC: "A parceria com as escolas possibilita o encontro dos jovens com
os conteúdos e com os métodos, democratizando e viabilizando o acesso à
cultura".
Os vídeos que serão exibidos são frutos de oficinas de formação, com a
base teórica do audiovisual, de edição e captação de imagem.
Posteriormente, cinco equipes foram formadas para a realização das
filmagens.
Alguns deles evidenciam a cultura popular mostrando tradições como a
do Reisado e a do Lesô, mantidas desde finais do século 19 para início
do século 20. As primeiras mostras começaram a surgir em meio às
novenas, o que fez com que o movimento migrasse da igreja para o campo,
onde se tornou parte do patrimônio artístico agrário.
Outro vídeo narra o contexto político do Movimento Estudantil de
1969, que teve forte repercussão na cidade de Catolé do Rocha (PB). A
sustentabilidade também está em voga em uma produção sobre o cultivo da
Carnaúba, planta que, com suas palmeiras, serve de sustento para os
sertanejos.
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