quarta-feira, 13 de junho de 2012

Paraíba perde liderança nacional do abacaxi

Apesar da previsão de crescimento em 4,91% na produção, pesquisa aponta que colheita de abacaxi do Pará, deve superar a da Paraíba.  

Publicado em 13/06/2012 às 06h00 

Hallita Avelar
Francisco França
Paraíba manteve a liderança na produção do abacaxi nos últimos quatro anos

A Paraíba deverá perder este ano a liderança nacional na produção de abacaxi, segundo números do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) do IBGE. A pesquisa, realizada em maio, revela que o número de frutos que serão colhidos nos campos paraibanos será inferior à produção do Pará.

Apesar de a Paraíba prever um crescimento no número de unidades do fruto de 4,91% sobre o ano passado, o Pará deve superar as expectativas da Paraíba com uma alta mais forte de 16,27% na produção. A Paraíba manteve a liderança da produção do fruto nos últimos quatro anos (2008-2011).

Em números absolutos, a previsão é que a produção paraibana atinja 288,959 milhões de unidades de abacaxi, enquanto o Pará vai alcançar este ano 314,544 milhões de frutos, uma produção de 8,85% (25,5 milhões de unidades a mais) que a paraibana. Na terceira posição, vem Minas Gerais, que este ano vai somar 228,703 milhões do frutos, o que representa uma queda de 4,64% sobre o ano passado (218,095 milhões de unidades).

No ano passado, a Paraíba superou o Pará com uma pequena margem de diferença. O Estado somou um total de 275,437 milhões de frutos produzidos, enquanto o Pará teve 270,532 milhões.

Essa alteração de posição da primeira colocação no cenário nacional da produção de abacaxi deve-se mais ao maior investimento do Estado do Pará no setor e não a uma queda da Paraíba, na avaliação do agrônomo José Rinaldo, do IBGE. “O problema é que o Pará aumentou a área destinada à colheita do abacaxi. Em 2011, eles usavam 8,968 mil hectares para o plantio do abacaxi. Agora, são 10,597 mil (+18,16%). Já a Paraíba passou dos 9,331 mil hectares para os 9,735 (+4,32%). Isso deve gerar um crescimento no rendimento do Pará em torno de 45%”, explicou.

Ele também acredita que esse cenário não deverá ser revertido facilmente pelo Estado.

“O problema é que a Paraíba não tem aumentado de maneira significativa o espaço destinado ao abacaxi, havendo até algumas pequenas reduções, como em Santa Rita, uma das maiores áreas do Estado para o plantio, que caiu de 3 mil hectares para 2,1 mil, o que representa, uma queda de 30% em sua área este ano", frisou. (veja gráfico com as maiores áreas)

Apesar disso, os técnicos avaliam que a qualidade do fruto produzido na Paraíba continua bem superior ao do Pará, devido às condições climáticas favoráveis ao plantio no Nordeste, o que faz da região a responsável por 40% da produção nacional. A Paraíba participa este ano com 18% do país.

Segundo o assessor estadual da cultura do abacaxi da Emater-PB, Leôncio da Costa Vilar, a produção do fruto na Paraíba é capaz de gerar uma movimentação de renda bastante alta. “Neste ano, o plantio do abacaxi deve injetar em torno de R$ 200 milhões na economia local. Mesmo caindo para a segunda posição do ranking, a Paraíba é um dos estados de maior produção, tendo ocupado a liderança nos últimos quatro anos”, disse.

Sobre a possibilidade da Paraíba retomar a primeira posição, Leôncio afirma que “é cedo para projetar, pois é preciso ainda fazer um estudo das políticas públicas aplicadas no Pará para saber se elas também podem ser usadas aqui, mas potencial é o que não falta ao Estado”, opinou.



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