Estação de Mamanguape é uma das dez regiões mais importantes para preservação do pau-brasil
Michelle Scarione
No distrito de Pitanga da Estrada, município de Mamanguape, Litoral Norte paraibano, está localizada uma das florestas mais importantes para preservação do pau-brasil, espécie símbolo do país, que sofre com a ameaça de extinção. A mata ainda desempenha a importante função de 'sequestrar carbono' e produzir grande quantidade de oxigênio, além de regular os microclimas.
A Estação Ecológica do Pau-brasil é uma área remanescente da Mata
Atlântica, que abriga grande número da espécie do país, figurando entre
as 10 regiões mais importantes para preservação do pau-brasil. Segundo o
ecólogo e professor do curso de Biologia da Universidade Federal da
Paraíba (UFPB), George Miranda, a floresta dá suporte à melhoria da
qualidade de vida da população, além de manter a biodiversidade e
qualidade ambiental.
A iluminação e temperatura ideal, que oscila entre 24º e 27º,
possibilitam que as árvores adquiram um aspecto diferente das
encontradas na zona urbana, podendo atingir até 20 metros de altura.
“Aqui, ela tende a ser mais retilínea e crescer um pouco mais. Até as
folhas apresentam um formato diferente das que encontramos na cidade”,
explicou a bióloga Sylvia Sátyro.
A Estação Ecológica é considerada uma área de extrema sensibilidade
por abrigar duas espécies que estão seriamente ameaçadas, o pau-brasil e
o Cebus flavius, popularmente conhecido por macaco prego galego. De
madeira nobre e a intensa cor vermelha, o pau-brasil existe em
abundância na Estação Ecológica, com árvores de pequeno, médio e grande
porte.
Um projeto de materialização dos vértices das poligonais, que
redelimitam a área da Unidade de Conservação, encontra-se em 70%. O
trabalho é desenvolvido a pela Superintendência de Meio Ambiente da
Paraíba (Sudema), responsável pela manutenção da floresta.
Entre as ações previstas pelo projeto de estruturação da Estação
Ecológica, estão a criação de um escritório sede, que possa oferecer
apoio à gestão, turismo sustentável, educação ambiental e pesquisa
científica, além da estruturação de um viveiro para fabricação de mudas
do pau-brasil.
“A previsão é de que, em dois anos, a gente consiga concluir esse
processo de estruturação da Estação Ecológica. Estamos correndo atrás do
tempo perdido. Para isso, precisamos de dados da área, que vão desde
conhecimentos científicos aos conflitos externos”, estimou o coordenador
de Estudos Ambientais e gestor das Unidades de Conservação Estaduais,
da Superintendência de Meio Ambiente (Sudema), Thiago Silva.
A Sudema atua de forma efetiva na floresta, desde o início do ano
passado, período em que atuou nas políticas públicas para regularizar
problemas desde a criação da área, bem como, atividades de
monitoramento, fiscalização e incentivo à pesquisa. Conforme Thiago
Silva, o órgão manterá a gestão da floresta com monitoramento e
fiscalização.
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