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sábado, 24 de agosto de 2013
Paraíba não receberá novas usinas eólicas
Paraíba
apresentou nove projetos durante leilão, mas nenhum foi contratado;
Estado passa de 4º para 7º lugar no ranking de usinas eólicas.
Beto Pessoa Franscisco FrançaOutra razão para a perda no leilão é que o Estado teve poucos investidores interessados
Sem seguir a tendência do Nordeste – de
região com maior potencial de captar investimentos para novos parques
eólicos –, nenhum dos nove projetos da Paraíba habilitados no leilão
para energia de reserva foi contratado.
O leilão foi realizado ontem na Câmara de Comercialização de Energia
Elétrica (CCEE), em São Paulo. A inexistência de um Atlas do Potencial
Eólico Estadual somado à forte competição de mercado fez com que os
projetos de novos parques eólicos para o Estado ficassem sem vencedores.
Com o resultado, o Estado perderá posições no ranking de usinas
eólicas, passando do 4º lugar para a 7º posição no país, com 13 parques.
Após construção dos projetos vencedores do leilão, o cenário atual
passará por grandes mudanças. O Estado da Bahia passará da 6º posição
para o primeiro lugar, com 36 usinas, 28 a mais que o número atual. O
Ceará ganhou em seis projetos e passará a ter 26 usinas. Em seguida vem o
Rio Grande do Norte, que ganhará mais sete usinas, ficando com 21 até
2015. O Estado ultrapassou o Rio Grande do Sul, que terá 19 parques
eólicos.
De acordo com a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica
(Abeeólica), Elbia Melo, o fracasso da Paraíba no leilão está
relacionado à forte competição de mercado. “O leilão foi muito
competitivo, uma oferta muito grande para a demanda baixa. O projeto da
Paraíba perdeu por preços. Ganharam aqueles que ofereceram os menores, e
os projetos da Paraíba eram muito caros, por isso não ganharam”.
Outra razão para a perda no leilão é que o Estado teve poucos
investidores interessados em construir usinas na região. Enquanto a
Bahia teve 123 projetos habilitados, a Paraíba só contou com nove.
Segundo a presidente da Abeeólica, se a Paraíba tivesse com seu Atlas do
Potencial Eólico pronto, este cenário seria diferente.
“A captação de projetos depende do atlas. É ele que sinaliza para os
investidores onde estão os potenciais eólicos do país, por isso a
necessidade de produzir este estudo. Se um Estado, como no caso da
Paraíba, não tem o atlas, terá dificuldade de atrair os investidores”,
apontou Élbia Melo.
O resultado do leilão de energia eólica também reforçou o potencial
energético do Nordeste. Dos seis parques vencedores, cinco estão
localizados na região. Segundo a presidente da Associação Brasileira de
Energia Eólica (Abeeólica), o interesse dos investidores é resultado das
condições naturais nordestinas.
“O Nordeste apresenta os maiores potenciais de energia eólica do
Brasil. A velocidade e a constância do vento no Nordeste é superior a de
todo país. Isto resulta no melhor aproveitamento dos ventos para
energia, colocando o Brasil como o líder na América Latina em energia
eólica”, disse Elbia Melo. A capacidade atualmente instalada de energia
eólica é 2.8 gigawatt (GW), volume que abasteceria, por mês, uma cidade
com 5 milhões de residências e aproximadamente 15 milhões de pessoas. A
previsão é que em 2017 esta produção seja de 10.4GW, o equivalente a 6%
da matriz elétrica do país.
Levantamento divulgado pela Câmara de Comercialização de Energia
Elétrica (CCEE) mostra que também foram contratados sete projetos no Rio
Grande do Norte, sete em Pernambuco e seis no Ceará. Além da Paraíba,
também não foram contratados projetos no Maranhão. Os dois Estados
possuíam empreendimentos habilitados.
O Piauí, que hoje só tem uma usina em operação, contará com 15 nos
próximos anos. Pernambuco, que está duas posições abaixo da Paraíba,
ganhou o leilão com sete novos projetos, empatando com o Estado. Os
Estados da Bahia e do Piauí foram os principais vencedores do 5º Leilão
de Energia de Reserva realizado ontem. Juntos, os dois Estados
responderam por 42 dos 66 empreendimentos contratados no certame.
Já a principal decepção ficou com o Rio Grande do Sul, que teve
apenas quatro projetos contratados. A Empresa de Pesquisa Energética
(EPE) havia habilitado 94 projetos gaúchos para o certame.
Os projetos contratados na Bahia demandarão investimentos de R$ 2,11
bilhões, ou 38,6% dos desembolsos totais (R$ 5,45 bilhões) esperados nos
empreendimentos vencedores do leilão realizado ontem. Os investimentos
nas usinas eólicas a serem construídas no Piauí devem totalizar R$ 1,44
bilhão. "É importante destacar os projetos no Piauí e no interior da
Bahia e lembrar que os parques eólicos têm se mostrado grande vetor em
termos de desenvolvimento social", disse o presidente da EPE, Maurício
Tolmasquim.
Além da participação no volume total negociado no leilão desta
sexta-feira, os dois Estados também se destacaram em termos de preços
oferecidos. O valor médio dos projetos eólicos contratados na Bahia
ficou em R$ 107,04 por Megawatt-hora (MWh), o mais baixo do país. A
Bahia receberá o projeto considerado mais competitivo, do Consórcio EGP -
Serra Azul, que ofertou energia a R$ 98,50 por MWh.
No Piauí, o preço médio foi de R$ 109,97 por MWh, o segundo mais
baixo do país. O valor mais alto foi registrado em Pernambuco, com R$
116,00 por MWh. O valor médio da energia contratada no certame ficou em
R$ 110,51 por MWh, um deságio de 5,5% em relação ao preço teto
estabelecido inicialmente, de R$ 117 por MWh.
RESULTADO FOI POSITIVO PARA O SETOR
Para a presidente executiva da Abeeólica, Elbia Melo, o resultado
foi um importante sinal positivo de investimento para os players do
setor. “As recentes mudanças implementadas, como as alterações nas
regras de conteúdo nacional no Finame (Financiamento de Máquinas e
Equipamentos), na metodologia dos leilões, a obrigatoriedade do P90 e a
situação atual das linhas de transmissão, posicionam o setor eólico
brasileiro em uma situação de muita expectativa. O resultado desse
leilão, em termos de demanda e preço, marca efetivamente a consolidação
dessa fonte na matriz elétrica nacional”.
O LER 2013 teve a oferta de 377 empreendimentos eólicos habilitados,
somando capacidade de 8.999 MW no total. Esses projetos estão divididos
em oito Estados: Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí,
Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul. Segundo a presidente executiva
da ABEEólica, Elbia Melo, esse certame demonstra o surgimento de
usinas eólicas em novas regiões, como o Piauí.
O preço inicial da energia para esse leilão foi de R$ 117,00 por
megawatt-hora e os empreendimentos vendidos terão início de suprimentos
em 1° de setembro de 2015, com prazo de 20 anos.
Com deságio médio de 5,5% no preço, o setor comemora a contribuição
do leilão para a sustentabilidade da cadeia produtiva, o desenvolvimento
da energia eólica no Brasil e o compromisso com o meio ambiente.
POTENCIAL EÓLICO
O Brasil está entre as quatro nações do mundo que mais cresce no
setor eólico, atrás somente da China, Estados Unidos e Índia.
Atualmente ocupa a 15ª posição entre os países com maior capacidade
eólica instalada no mundo. Em 2012, o país continuou na liderança do
mercado latino-americano, com capacidade total instalada de 2.500 MW.
Hoje, a nação brasileira tem 2,8MW de capacidade instalada de energia
eólica em 119 parques, distribuídos por onze estados. A fonte tem 2% de
participação na composição da matriz elétrica brasileira e, até 2017,
esse número chegará em 6% referente a 10,3GW de capacidade instalada. (Especial para o JP)
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