Pescadores denunciam que despejo de lixo e poluição no Rio Sanhauá estão reduzindo a produção de peixes.
Jaine Alves
Pescadores cobram solução para a poluição do Rio Sanhauá e denunciam queda na produção de peixes. Segundo o diretor da Colônia de Pescadores de Bayeux, na Região Metropolitana de João Pessoa, José Nascimento dos Santos, a situação se agrava a cada dia e o lixo se acumula às margens do rio. O Ministério Público Estadual (MPPB) abriu inquérito para apurar as denúncias.
De acordo com o presidente da Colônia de Pescadores de Bayeux, o despejo de líquidos poluídos e de lixo são as principais causas para a baixa produção de peixes e caranguejos. “O lixo e a poluição só estão acabando com tudo. Antes, a gente ia pro mangue e em meia hora pegava cinco ou seis cordas de caranguejo, agora, além de ter pouco, são pequenos”, declarou José Nascimento.
Ele diz ainda que em relação à produção de peixes a situação também é preocupante. “Em um dia todo de pesca, só conseguimos 4 quilos de saúna, que é um peixe pequeno. Saímos pela manhã e só voltamos à noite e só deu isso, para você ver como a situação está ruim”, lamentou. “Hoje, em dia não compensa mais pescar, nem catar caranguejo, porque o lucro é pouco, pois a produção é baixa”, completou.
O aparecimento de centenas de peixes mortos no Rio Sanhauá, em junho deste ano, e a diminuição no número de caranguejos são alvo de um inquérito instaurado pelo Ministério Público Estadual. A promotora Maria Edlígia Chaves Leite que está à frente do caso cobrou esclarecimentos às fabricas existentes às margens do rio e à Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema), sobre a regularidade das licenças ambientais, além da análise da água. O pedido foi feito, pela última vez, no dia 13 de junho passado, com um prazo de 30 dias úteis para apresentar os dados ao MPPB.
Porém, a promotora Maria Edlígia Chaves Leite, através da assessoria de comunicação, informou que até a manhã de ontem não havia registro do recebimento do laudo da Sudema sobre a análise do rio, para que se possa investigar as causas das mortes dos peixes, nem também foram encaminhadas informações acerca das fiscalizações das empresas, que estariam no entorno do rio.
Das cinco empresas localizadas no entorno do Rio Sanhauá, segundo a Sudema, apenas duas estão em funcionamento. Contudo, a promotora preferiu não comentar o assunto, alegando que algumas já se manifestaram, mas elas estão sob investigação, de modo que somente irá se pronunciar sobre o caso após estar munida do relatório da Sudema, bem como quando concluir se as fábricas cumprem as normas ambientais de sua atuação, tendo em vista a própria localização, que já é considerada prejudicial ao meio ambiente, por estar às margens do rio.
SUDEMA
Através de assessoria, a Sudema informou que no dia 10 de junho deste ano uma equipe verificou a qualidade da água do Rio Sanhauá. Os resultados da análise apresentam não conformidade em alguns parâmetros em relação à Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) 357/2005. Contudo, de acordo com assessoria, os resultados não podem ser considerados como indicativos da morte dos peixes no período.
A análise das águas do Rio Sanhauá é realizada semestralmente pela Sudema e quando verificada a necessidade, por solicitação ou através de denúncia. De acordo com os resultados, observou-se não conformidade em relação à cor, pH, salinidade, coliformes termotolerantes, porém em concentrações que não representam risco à manutenção da vida dos seres vivos do corpo hídrico. (Colaborou Luzia Santos)
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