domingo, 25 de agosto de 2013

Praças em situação de abandono em CG

Playgrounds depredados, pichações e formação de matagais são realidade desses locais.
 

  

 
Criadas para oferecer lazer, as praças públicas de Campina Grande tornam-se, a cada dia, local de medo para a população.
 
Pouca iluminação, formação de matagais, playgrounds depredados e o lixo retratam a situação de abandono. Esta realidade atinge grande parte das praças da cidade, que também estão servindo de abrigo para moradores de rua, esconderijo para marginais e pontos de venda e consumo de drogas. Em alguns bairros, casais utilizam as praças como motéis a céu aberto.

A situação de perigo não está apenas nos bairros periféricos de Campina Grande. Até mesmo no Centro da cidade os problemas podem ser encontrados. Além da infraestrutura, a insegurança é o que tem mais preocupado a população.

Na praça da Bandeira, por exemplo, o alvo dos bandidos são as paradas de ônibus. Eles aproveitam os momento em que trabalhadores e estudantes esperam o coletivo para realizarem pequenos roubos e furtos.

Na praça Clementino Procópio, a situação é mais delicada. Há muito tempo o local tornou-se abrigo para moradores de rua e adolescentes que fugiram de suas casas. Vários dependentes químicos também passam o dia inalando sustâncias como tiner e cola de sapateiro. Os comerciantes que trabalham nas galerias da praça estão sofrendo as consequências da violência no local.

O comerciante Edvaldo Inácio Oliveira, 56 anos, possui uma lanchonete na praça Clementino Procópio e relatou que, devido à insegurança, os clientes estão deixando de frequentar o local.

Segundo ele, os bandidos aproveitam para roubar pessoas que passam desacompanhadas pela praça ou em situação de descuido, mas grande parte dos assaltos acontecem nos banheiros.

“Os marginais aproveitam o momento em que mulheres e idosos vão aos banheiros da praça e realizam os assaltos. Eles não querem nem saber se o banheiro é feminino ou masculino e entram anunciando os assaltos, geralmente usando facas. Às vezes, clientes nossos estão lanchado e eles passam correndo e furtam bolsas, celulares e carteiras”, disse o comerciante.

Na praça Professor Chico Colares, no Conjunto dos Professores, no bairro Universitário, na zona Oeste de Campina Grande, a situação de abandono é mais delicada.

O local possui uma área de 23,4 mil metros quadrados, onde o matagal toma conta de toda sua extensão. Ainda é possível ver um piso de uma antiga quadra esportiva.

Os moradores vivem uma rotina de medo e evitam ficar em frente às residências. Durante à noite, os bandidos se escondem no matagal e esperam as vítimas passarem. Segundo os moradores, alguns casais param veículos e utilizam a praça como motel.

O engenheiro mecânico aposentado, José da Silva Quirino, 81 anos, e há 20 anos mora na rua José Gonçalves de Melo, em frente à praça. Sem ações da prefeitura, há 15 anos, ele começou a plantar árvores na praça e criou um espaço para passarinhos, onde todos os dias coloca água e comida. Segundo ele é lamentável que uma área tão grande não seja aproveitada.

“Temos aqui um espaço riquíssimo que nunca foi aproveitado. A praça possui uma grande área verde, onde poderia ser feita uma praça com um grande jardim, aproveitando essas árvores que formam boas sombras. Seria um ótimo espaço para programas em família e piqueniques”, contou ele. (Especial para o JP)



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