28/08/2013 09h36
- Atualizado em
28/08/2013 09h42
Turista pode dançar o Coco numa comunidade Quilombola do Conde.
Passeio também pode incluir trilhas ecológicas e meditação ao ar livre.
Caminhadas ecológicas exploram as belezas das praias do Conde, na Paraíba. (Foto: Setur Conde/ Vanessa de Lima) |
A comunidade também oferece trilhas guiadas e em breve vai inaugurar a réplica de uma casa quilombola como as que existiam 150 anos atrás. No dia da Festa do Coco, todo último sábado de cada mês, os artesãos aproveitam para vender os seus produtos. Para os que acreditam no poder das rezadeiras, Dona Lenita do Nascimento, 73 anos, reza de graça. No ofício há 20 anos, ela atendia apenas os moradores do quilombo. A ideia de atender os turistas foi do Sebrae.
As trilhas ecológicas foram incrementadas com paradas para meditação, no Conde, Paraíba. (Foto: Divulgação) |
As trilhas ecológicas não são novidade na Paraíba, mas no Conde três amigos decidiram oferecer uma caminhada diferente, que vai além da atividade esportiva. Durante o percurso, os participantes fazem pausas para meditar e interagir com a natureza. O serviço surgiu de uma brincadeira entre amigos. “Sempre gostei de caminhada e um dia, durante uma trilha com alguns amigos, decidimos fazer algumas conexões com os elementos da natureza. Foi uma experiência tão bonita e prazerosa que decidimos oferecer a outras pessoas. Com a ajuda do Sebrae, organizamos o negócio e hoje temos uma atividade formalizada”, conta Cláudia Tombolato, psicóloga e terapeuta que criou o projeto Caminhando e Meditando junto com dois amigos.
As caminhadas acontecem pela manhã no bosque da Área de Proteção Ambiental (APA) de Tambaba. Mas em noite de lua cheia, as trilhas são realizadas no final da tarde e terminam no mirante da praia de Tambaba, de onde os turistas apreciam a lua cheia nascendo.
Atividade em expansão
Segundo a Organização das Nações Unidades (ONU), a Economia Criativa é responsável por 10% do PIB mundial. Só no Brasil, as empresas desse segmento já movimentam R$ 381 milhões, ou 2,6% do PIB brasileiro, segundo mapeamento da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Em 2011, o governo federal criou a Secretaria da Economia Criativa, vinculada ao Ministério da Cultura, que oferece benefícios para micro e pequenos empreendimentos criativos.
Qualquer pessoa pode abrir um negócio nesse segmento, já que não é preciso ter muito dinheiro e sim talento. “É mais fácil abrir um negócio nas áreas da economia criativa, já que não é necessário um grande capital inicial. O mais importante é valorizar a cultura e ser criativo. O Sebrae presta todo o apoio necessário para quem deseja investir nesse segmento”, disse Regina Amorim, gestora de Turismo do Sebrae Paraíba e coordenadora da Ruraltur. Na hora de formalizar a atividade, o empreendedor pode optar pela categoria Microempreendedor Individual (MEI), que tem faturamento anual de até R$ 60 mil.
O Sebrae presta consultoria aos empreendedores que têm interesse em investir em atividades criativas com foco na produção associada ao turismo, além de organizar viagens de benchmarking (visitas técnicas para conhecer casos de sucesso). Também realiza eventos que promovem e divulgam a atividade, como o 4º Seminário Nordeste de Turismo Rural, que acontecerá nesta quinta (29) e sexta-feira (30) durante a Ruraltur. Com o tema Turismo Rural com foco na Economia Criativa e na Economia da Experiência, o seminário terá 11 palestras. As inscrições podem ser feitas no Sebrae ou pelo e-mail regina@sebraepb.com.br. O valor é R$ 80, mas estudantes e filiados às entidades de classe do turismo têm 50% de desconto.
Para o designer Eduardo Barroso Neto, um dos palestrantes do seminário, é preciso acreditar no potencial local e não pensar que tudo que vem de fora é melhor. “Abrir um negócio baseado na criatividade significa, antes de tudo, acreditar no valor daquilo que é singular, exclusivo e inovador. Afinal, a cultura é nosso único e inalienável patrimônio. Temos que parar de imitar e tentar interpretar o gosto do turista e valorizar nossa historia e tradições, agregando valor aos nossos produtos e serviços”, disse Eduardo, que é diretor da empresa Ser Criativo Empreendimentos Culturais do Brasil, de Florianópolis (SC).
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