quarta-feira, 6 de junho de 2012

Índios são detidos depois de protesto por demarcação de terras na Paraíba

06/06/2012 10h19 - Atualizado em 06/06/2012 10h19
 

Tribo Tabajaras protestou em frente à Central de Polícia para liberar índios.
Dois foram presos após manifestação para fechar fábrica em Alhandra.

Do G1 PB


Dois índios foram presos enquanto participavam de uma manifestação na tarde da terça-feira (5) na cidade de Alhandra, no Litoral Sul da Paraíba. Os índios da tribo tabajaras passaram mais de três horas detidos. Um protesto organizado pela tribo foi feito na frente da Central da Polícia Civil de João Pessoa para que ele fossem liberados.

Eles participavam de uma manifestação para reivindicar a agilidade da demarcação das terras indígenas e o cancelamento da construção de uma usina de fabricação de cimento quando foram presos. A Polícia Civil informou que a prisão aconteceu porque o casal invandiu uma propriedade privada.

"Ele falou que a gente quebrou, ameaçou os guardas; falou que a gente quebrou os arames e que a gente estava com uma arma perigosa para furar eles. E isso não aconteceu", disse a índia que foi detida, Simone Bernardo. 

O delegado de Alhandra, Fred Magalhães, disse que eles foram presos porque não apresentaram nenhuma prova de que eram indígenas. A defensoria pública do estado rebateu dizendo que não existe documento para comprovar que a pessoa pertence a uma tribo indígena.

Depois de uma negociação, os índios detidos assinaram um termo de compromisso e foram liberados. Segundo o defensor público Daniel Teles Barbosa, um representante da Fundação Nacional do Índio (Funai) foi até o local e reconheceu que os presos eram mesmo indígenas para que eles fossem liberados.

Segundo o delegado, existe uma determinação judicial para que os índios fiquem a pelo menos cinco quilômetros de distância da área que eles invadiram. Os índios afirmam que foram retirados da área em novembro de 2011 porque está sendo construída uma fábrica de cimento no local, que é uma propriedade privada.

Eles querem reaver o terreno e voltar a morar no local. Estudantes universitários e organizações sociais apoiaram a tribo no protesto. "É um povo dos mais antigos, originários da Paraíba. É um direito de reconhecer a sua origem e, sobretudo, a sua terra para trabalhar nela", disse o estudante Gleyssen Ricardo.


 

Nenhum comentário:

Postar um comentário