domingo, 16 de setembro de 2012

31,4% das casas de JP não têm saneamento

Número foi apontado na pesquisa 'Indicadores Sociais Municipais - Análise do Censo 2010', do IBGE.




Sentada na calçada, em uma rua da Comunidade do ‘S’ (no bairro do Róger, em João Pessoa), Maria José Idalino falou sobre os problemas de viver em um local sem esgotamento sanitário adequado.

“Tem época que dá muita muriçoca aqui. As crianças já estão tão acostumadas com a sujeira que nem adoecem tanto”, afirmou, ao reclamar das poças de água na rua - formadas pelo despejo de tubulações ligadas aos chuveiros e às pias das casas.

Já os dejetos, segundo ela, passam por uma galeria ‘improvisada’ feita pelos próprios moradores e que desemboca em mangues próximos. Assim como o domicílio de Maria José, 31,4% (66.962) do total de moradias (213.256) de João Pessoa não possuem uma infraestrutura plena de saneamento básico.

O número foi apontado na pesquisa 'Indicadores Sociais Municipais - Análise do Censo 2010', do IBGE, que classifica o serviço em três níveis (adequado, semiadequado e inadequado).

Para o Instituto de pesquisa, a estrutura de saneamento só é adequada quando o domicílio tem escoadouro ligado à rede geral ou à fossa séptica, serviço de água proveniente de rede geral de abastecimento e lixo coletado diretamente ou indiretamente pelos serviços de limpeza.

A classificação é de semiadequado quando a residência é atendida por pelo menos um desses serviços e de inadequado quando ela não é coberta por nenhum deles. Ainda de acordo com os dados do IBGE, 0,2% (aproximadamente 426) dos domicílios da capital apresentam esta última situação. Já 31,2% (66.535) são cobertos por uma estrutura semiadequada.

“O ideal é que todos os domicílios sejam atendidos pelo saneamento básico. Mas a criação e a manutenção dessas infraestruturas requerem elevados investimentos em obras e constantes melhoramentos e os gestores não se interessam por esse trabalho - porque são obras que não 'aparecem'”, opinou o professor do Departamento de Estatística da UFPB - doutorando em Saúde Pública e especialista em demografia, Jozemar Pereira Santos.

Ele enfatizou, ainda, que “as boas condições de saneamento não só melhoram a saúde dos habitantes, mas também as condições do meio ambiente. Doenças relacionadas com os sistemas precários de água e esgoto e às deficiências de higiene são responsáveis por muitas mortes no mundo todo”.

ABASTECIMENTO
Para o professor Jozemar Santos, se não houver um planejamento adequado para atender ao crescimento populacional, haverá também um colapso no abastecimento de água e de energia elétrica.

“Já vivenciamos esse tipo de problema. É recorrente a falta de água em alguns bairros”, exemplificou, ao lembrar que os setores de educação, saúde e emprego também são essenciais para atender o crescimento populacional. “Vemos hoje que muitas empresas não conseguem contratar empregados pela falta de qualificação”, exemplificou.

SAÚDE
Inchaço populacional também pede aumento nos serviços de saúde. Conforme Glauco Oliveira, já foram licitados 15 Postos de Saúde da Família que vão aumentar a capacidade de atendimento do Sistema Único de Saúde gerido pelo município.

Além disso, há um projeto aprovado e com recursos alocados para a construção de mais duas Unidades de Pronto-Atendimento (uma no Valentina Figueiredo e outra em Cruz das Armas) – afora a já inaugurada em 2011, a UPA Oceania.

Fonte

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário