Exame,
realizado em árvores centenárias, faz uma leitura no interior da
planta, verificando o estado de saúde e reduzindo riscos de tombamento.
Publicado em 21/09/2012 às 06h00
Jaine Alves
João Pessoa possui aproximadamente 150 mil árvores, localizadas em
calçadas, canteiros centrais e praças. As árvores centenárias receberão
cuidados específicos como meio de conservação através de exames de
ultrassom, que fazem uma leitura no interior da planta para verificar o
estado de saúde e descobrir se ela apresenta alguma doença. O serviço já
havia sido iniciado em fevereiro, mas, por conta das chuvas, foi
suspenso, já que o trabalho só pode ser feito em período de sol.
Em comemoração ao Dia da Árvore, os exames serão retomados hoje, na Praça da Independência.
Segundo o engenheiro agrônomo da Divisão de Paisagismo da
Superintendência de Desenvolvimento Urbano (Sedurb), Anderson Fontes,
foram selecionadas 300 árvores para realizar o trabalho com o aparelho
de ultrassom. “Das 300 árvores, já examinamos 53, quando iniciamos as
análises em fevereiro último. Começaremos a ação novamente amanhã (hoje)
e a previsão é de que até dezembro deste ano o trabalho tenha sido
concluído”, pontuou.
Anderson Fontes ainda destacou que nenhuma das 53 árvores examinadas
apresentou algum risco. “Todas tiveram o resultado positivo, todas estão
sadias, mas em algumas delas fizemos podas de contenção de copa, que
reduz de 20 a 40% dos galhos das árvores, como medida de manutenção e
para evitar que os mais pesados tombem, além de promover a segurança dos
pedestres e dos veículos”, ressaltou.
O engenheiro agrônomo disse que após a análise, os técnicos verificam
a possibilidade de tratamento fisiológico, onde são realizadas as
podas, ou o fitossanitário, que examina a saúde das árvores. Caso seja
detectada alguma contaminação, o tratamento é feito com produtos
químicos medicamentosos, a exemplo da descupinização. “Fazemos uma
barreira química, isolando a árvore para que após a aplicação do produto
o cupim não volte para ela. No caso dos fungos, examinamos o tipo para
ver qual o fungicida a ser aplicado. Para cada árvore há um laudo
técnico específico”, explicou.
De acordo com Anderson Fontes, as árvores mais antigas estão
localizadas na região central da cidade, principalmente nas Avenidas
Getúlio Vargas, Tabajara, Eurípedes Tavares, Epitácio Pessoa,
Maximiniano Figueiredo, João Machado, Monsenhor Walfredo Leal e Odon
Bezerra, além do Parque Sólon de Lucena (Lagoa) e da Praça da
Independência. “Um estudo realizado em 2007 pela PMJP caracterizou as
árvores dessa região com maior potencial para quedas de galhos ou até
mesmo tombamentos, por estarem em áreas de maior vulnerabilidade, já que
possuem grande fluxo de veículos”, disse.
Outra medida de conservação das árvores centenárias é a poda
periódica, no entanto Anderson Fontes sinalizou que as pessoas não devem
realizar a poda por conta própria, pois o serviço realizado sem a
técnica adequada pode matar a árvore. “Em caso de encontrar qualquer
problema numa árvore, a população deve acionar os órgãos responsáveis”,
destacou.
A realização de exames de ultrassom é promovida pela Prefeitura
Municipal de João Pessoa (PMJP) e faz parte da ação Poda Programada da
Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedurb).
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