Nathielle Ferreira
Ruas esburacadas, esgoto correndo a céu aberto, lixo, ratos e insetos nas ruas. Estas são algumas consequências da falta de infraestrutura que castiga os moradores de Várzea Nova, distrito da cidade de Santa Rita, localizada a onze quilômetros de João Pessoa.
A ausência de saneamento básico já é motivo de doenças entre crianças
e levou o Ministério Público da Paraíba (MPPB) a instaurar inquérito
civil público para cobrar providências aos governos estadual e
municipal. Já a Prefeitura de Santa Rita, por sua vez, informou que
pretende investir, até o final deste ano, cerca de R$ 1,5 milhão em
serviços de tapa-buracos e recapeamento das principais vias do local.
Várzea Nova é considerada como um dos maiores distritos urbanos da
Paraíba. A população é estimada em 35 mil habitantes, o que representa
29,16% dos 120 mil moradores que vivem em Santa Rita, segundo estimativa
do Censo Demográfico feito em 2010 pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).
A localidade possui algumas indústrias de alimentos e de vestuário e
muitos comércios informais. No entanto, o aparente desenvolvimento do
distrito contrasta com as precárias condições de infraestrutura. A Rua
Pedro Barbosa Ribeiro, por exemplo, que dá acesso a Várzea Nova e fica
paralela à BR-230, está tomada por buracos e esgoto a céu aberto.
A dona de casa Josete da Silva mora no local há 10 anos. Ela tem três
filhos e lamenta a situação, relatando que as crianças adoecem com
frequência, em virtude do contato com o esgoto.
“Aqui é um mau cheiro muito grande que chega até a causar mal-estar.
Meus filhos vivem com problemas de pele. Quando dá umas cinco horas da
tarde, os ratos começam a aparecer. Eles são enormes. Vêm atraídos por
esse lixo e mau cheiro aí”, conta.
Perto dali, a situação é parecida. A Rua da Conquista é calçada, mas
não possui drenagem. A água da chuva e decorrente de algumas casas corre
ao céu aberto. “Aqui, existe muita muriçoca e baratas também. Quando
chove, a situação fica ainda pior, porque alaga tudo aqui”, diz a dona
de casa Lindinalva Bezerra, 19 anos.
Já na rua Roberto dos Santos Correio, o problema são os buracos. “Nem
carro, nem moto e nem bicicleta passa lá. Só pessoas a pé mesmo. Se uma
pessoa ficar doente, terá que ser socorrida nos braços, porque
ambulância não passa”, lamenta a estudante Luíza Carla de Souza.
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