Evitar a
exposição após as 11 horas, usar roupas adequadas e protetor solar são
orientações que devem ser seguidas pela população.
Nathielle Ferreira
Fonte
Apesar de apresentar índice elevado de radiação solar, o Nordeste
permanece protegido pela camada de ozônio, uma cobertura natural que
envolve o globo terrestre e ameniza a incidência dos raios ultravioletas
e altamente nocivos sobre a população.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a
espessura da camada existente sobre a Região é entre 2,21 a 2,75
milímetros. O tamanho é considerado normal, já que a espessura só se
torna preocupante quando fica abaixo de 2,19 milímetros.
De acordo com o engenheiro Francisco Raimundo da Silva, responsável
pelo Laboratório de Variações Ambientais do Inpe, a espessura da camada
de ozônio é medida através de unidades chamadas de Dobsons. Ele
explica que quando a quantidade de ozônio fica abaixo de 2,19 Dobsons
surgem os chamados buracos na camada.
“A espessura varia de acordo com o tempo e clima. Em dias nublados, a
quantidade fica em torno de 221 Dobsons. Já em dias mais ensolarados, a
variação fica entre 260 a 275 Dobsons.
Esta quantidade é considerada normal. Se ficasse abaixo de 220,
ocorreria um buraco na camada que permitiria a passagem da radiação
ultravioleta. Quanto maior é a ensolação, maior é a presença de
Dobsons”, detalhou o especialista.
Mesmo com a proteção da camada, o pesquisador recomenda que as
pessoas usem protetores solares sempre que saírem às ruas. Ele lembra
que o Nordeste, por ficar perto da linha do Equador, é uma das
localidades mais quentes do mundo.
Ontem, na escala usada pelo Inpe para medir o nível de radiação
solar, com numeração que vai de zero a 16, a Região apareceu na décima
posição, considerada muito alta. Em João Pessoa, o índice estava em 6,
avaliado apenas como alto.
A população que é exposta por longo período aos raios UV nessa
intensidade corre o sério risco de desenvolver câncer de pele,
envelhecimento precoce e catarata. Segundo Francisco Raimundo, o horário
mais perigoso às 11h20, quando a radiação ultravioleta atinge o limite
máximo. “No Nordeste, o sol nasce quase 48 minutos mais cedo do que no
resto do país. Por isso, o nosso meio-dia não é às 12h, mas às 11h20.
Quem sair às ruas nesse horário precisa usar bloqueador solar, chapéu,
óculos escuros e não deve utilizar roupa de tecido sintético, já que
esse material absorve o calor e a radiação”, orientou.
Mesmo fazendo o alerta sobre os riscos da exposição excessiva ao sol,
o estudioso lembrou, no entanto, que a radiação gera benefícios à
saúde, desde que ocorra nos limites indicados por especialistas. “O sol
ajuda na sintetização da vitamina D, muito importante para o organismo e
ainda ajuda a prevenir alguns tipos de cânceres, diabetes do tipo 1 e
osteoporose. Por causa disso, as pessoas devem se expor aos raios
durante 15 minutos diários, mas isso não pode ocorrer ao meio-dia. Pode
ser nos primeiros horários da manhã ou da tarde”, afirmou.
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