Ação tentou chamar a atenção dos poderes públicos e da sociedade para o problema da poluição na Mata do Louzeiro.
Isabela Alencar
Cerca de 80 crianças participaram de um dia diferente na manhã de ontem.
Estudantes de três escolas públicas de Campina Grande caminharam por
uma trilha de 2,9 quilômetros, dentro da Mata do Louzeiro. A iniciativa
partiu do Projeto Universidade Cidadã, da Universidade Federal de
Campina Grande (UFCG), que já conseguiu identificar pontos de poluição
da mata, única que oferece nascente de água doce da cidade, que
desemboca em canais, através do Riacho das Piabas. Em alguns pontos,
lixões começam a se formar intervindo na Natureza.
As crianças e professores caminharam às margens do Riacho das Piabas,
dentro da mata e identificaram vários pontos de poluição. No Dia da
Árvore, a ação tentou chamar a atenção dos poderes públicos e da
sociedade para a problemática. No final da trilha, por exemplo, um
verdadeiro depósito de lixo foi encontrado, com restos de construções,
de sucata de veículos, restos de fabricações de tecidos em couro e
outros tipos de entulho.
Durante um flagrante de despejo de objetos, o responsável pelo lixo
não quis se identificar, mas contou que se tratava de restos de
construção de outro bairro da cidade. Depois de 2,9 quilômetros
percorridos, os trilheiros foram recebidos por uma equipe do 31°
Batalhão de Infantaria Motorizado com frutas e bastante água. As
crianças chegaram cansadas, mas se sentiram recompensadas com o passeio.
“Foi muito cansativo, mas gostei muito. A gente viu muita coisa, mas o
que chamou a atenção foi a poluição do riacho. A gente está aprendendo
que não se deve jogar lixo na rua, principalmente nos canais”, disse o
estudante da 4ª série Jonas Araújo, de 10 anos.
Segundo o ambientalista e biólogo Veneziano Sousa, cerca de 500
hectares da Mata do Louzeiro ainda estão preservados. Ele informou que é
justamente a área que faz parte da zona rural da cidade e que contém
cerca de 96 espécies arbóreas. “Depois que o riacho sai da zona rural e
entra na zona urbana, com acesso através do bairro da Rosa Mística, já
começa a ficar poluído. O nosso intuito aqui é justamente pedir pela
revitalização do riacho, que está cada vez mais poluído”, disse.
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