Entre os animais apreendidos e não resgatados, estão espécies de grande porte como cavalos e mulas, que soltos, oferecem riscos.
Givaldo Cavalcanti
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O número crescente de animais soltos nas ruas de Campina Grande já levou
o Centro de Zoonoses do município a fazer 672 apreensões até o início
deste mês, entre cavalos, burros, mulas, jumentos e jegues que estavam
colocando em risco a vida das pessoas. Além desse grande número, a
presença de animais que são vítimas de maus tratos também tem chamado a
atenção da direção do local que, para diminuir a quantidade de animais
que não são resgatados pelos seus donos, os coloca à disposição para a
adoção.
De acordo com Fernando Grosso, diretor do Zoonozes, atualmente o
Centro ainda abriga 42 equídeos que, depois de capturados e passado o
prazo de cinco dias, não foram resgatados pelos seus donos, o que faz
com que o local não tenha condições de receber mais animais dessa
família. Ele ainda aponta que muitos chegam ao local com ferimentos nas
patas, cabeça e outras partes do corpo, por sofrerem maus tratos.
“Além de muitos se machucarem por se envolverem em acidentes de
trânsito, ainda assusta a quantidade de animais que tratamos aqui que
sofrem de maus tratos. Os donos exageram no tratamento forçado desses
bichos e vários chegam bastante debilitados. Aliado a isso vem o medo da
população de denunciar quem pratica os maus tratos”, apontou Fernando
Grosso.
Segundo o diretor, o bairro de Bodocongó é o local onde se concentra o
maior número de animais soltos que acabam comprometendo o trânsito e
provocando acidentes. Ele acrescentou que é preciso uma integração entre
o poder público e a sociedade para que essa realidade mude. “Animal
solto na rua é crime. As pessoas precisam entender isso. Nós realizamos
nosso trabalho de fiscalizar, de promover eventos de doação, mas se não
houver uma mudança na cabeça de quem é dono desses bichos, não vai
adiantar muito”, acrescentou Fernando.
Já o promotor do Meio Ambiente do Ministério Público, Eulâmpio
Duarte, apontou que um dos principais fatores da existência de grande
número de animais nas ruas é a desvalorização que os jumentos sofreram,
fazendo com que seus respectivos donos prefiram abandoná-los nas ruas a
continuar criando. “Nós percebemos que o valor comercial do jumento, por
exemplo, caiu bastante. Para esse animal ser vacinado no Parque de
Exposição, custa R$ 90, só que ele é vendido por R$ 10. Aliado a isso,
os carroceiros não têm um local para colocar os animais para descansar, o
que acaba os deixando soltos pelos bairros”, disse Eulâmpio.
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