Além do atraso
no pagamento do auxílio, ex-catadores cobram galpões de reciclagem que
ainda não foram construídos pela prefeitura.
Givaldo Cavalcanti
Givaldo Cavalcanti
Mais de 100 moradores que trabalhavam no antigo lixão de Campina Grande,
no bairro do Mutirão, localizado na Alça Sudoeste da cidade, se
concentraram na manhã de ontem na sede da Secretaria de Ação Social
(Semas) para cobrarem o pagamento de um cheque assistencial que os
ex-catadores passaram a receber como auxílio por não trabalharem mais no
local. Por mês, cerca de 240 pessoas recebem uma ajuda do governo
municipal no valor de R$ 100,00, mais uma cesta básica. Contudo, há três
meses que os assistidos vinham recebendo apenas os alimentos.
De acordo com Sonáli Oliveira, 30 anos, desde fevereiro foi realizado
um cadastro no bairro para que os trabalhadores que tiravam seu
sustento do lixo começassem a receber o auxílio. Mas, há três meses, a
Semas passou a atrasar o pagamento, o que gerou a revolta dos moradores,
que exigem o pagamento. Além disso, ela lembrou que os ex-catadores
ainda aguardam a construção dos galpões de reciclagem que vão servir
para empregar quem está atualmente desempregado.
“Eles pagavam no início do mês, mas esse já é o terceiro mês que
atrasa e a gente fica sem condições de ter o que comprar para comer.
Esse benefício não atendeu todo mundo, já que tem mais gente que
trabalhava no lixão, mas que não entrou no cadastro. Ainda mais,
prometeram que em 90 dias iriam construir quatro galpões de reciclagem
para a gente trabalhar, mas até agora não foi erguido nada, e nós
continuamos desempregados”, afirmou Sonáli Oliveira.
O secretário da Semas, Robson Dutra, explicou que o atraso do
pagamento dos cheques assistenciais aconteceu devido a uma consulta
jurídica que a pasta realizou já que ao longo do período eleitoral
existem restrições para determinados programas desse gênero. Ele ainda
acrescentou que a Secretaria também enfrentou alguns problemas com
equipamentos de registro dos cheques pagos, mas prometeu que até hoje
tudo seria solucionado.
“Primeiro nós estávamos esperando um parecer jurídico para sabermos
se poderíamos continuar pagando o auxílio por conta do período
eleitoral. Recebemos um documento liberando e vamos voltar a pagar. Só
que tivemos um problema com o equipamento para documentar os cheques e
por isso atrasou mais um pouco, mas vamos colocar em dia até amanhã”,
falou o secretário. Ele acrescentou que por conta das eleições não será
possível construir os galpões de reciclagem ainda esse ano.
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