sábado, 10 de novembro de 2012

Animais morrem no Sertão da PB

Seca e falta de condições financeiras vem obrigando pequenos produtores a abandonar seus rebanhos no Sertão. 



Damião Lucena
Estimativa é que pecuaristas sertanejos cheguem a perder mais de 20 cabeças por dia
 
Pequenos agricultores do Sertão da Paraíba estão abandonando os seus rebanhos, por conta da falta de condições financeiras para salvar o que restou em meio à forte seca que afeta a região.
 

Carcaças se amontoam às margens das BRs e rodovias estaduais. Em Patos, o governo do Estado liberou apenas três carros-pipa, mas, segundo o secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Sebastião dos Santos Lima, seria necessário o dobro. Ele também falou dos valores pagos por caminhão, em torno de R$ 5 mil por mês, antes de descontado o Imposto Sobre Serviços (ISS), sem falar no atraso de 90 dias, o que obriga a prefeitura a bancar o combustível e pagar mais R$ 14,00, por cada carregamento de 7 mil litros de água, junto à Cagepa.

Outra reclamação gira em torno da burocracia para recolher documentos e certidões e também para a formação de comitês, dentre outras exigências que contribuem para o atraso no socorro. Em Patos, estão sendo distribuídos cerca de 120 caminhões de água por mês, para abastecer mais de 30 comunidades rurais.

O secretário da Agricultura e Pesca da Paraíba, Marenilson Batista, anunciou a recuperação e perfuração de poços no Sertão.

O governo do Estado lançou, há de dez dias, um programa de venda subsidiada de rações, com o farelo de soja, que no mercado normal é praticado por R$ 68,00, sendo entregue ao preço de R$ 40,00 a saca. A torta de caroço de algodão, vendida pelo governo ao preço de R$ 30,00 a saca, no comércio custa R$ 45,00. Contudo a quantidade é bastante limitada, em torno de dois caminhões por semana para atender toda a região.

Com relação ao volumoso, que está sendo vendido a R$ 0,30 o quilo, existe uma reclamação dos criadores quanto ao preço.

Às margens da BR-361, entre as cidades de Patos e Santa Terezinha, existe um 'cemitério' de animais. Todos morreram por causa da fome e da sede. Um outro problema é alertado por moradores da região, que é o risco de acidentes, já que muitos criadores soltaram os rebanhos, os animais podem invadir a pista, principalmente no período da noite.

A estimativa é que pecuaristas sertanejos cheguem a perder mais de 20 cabeças por dia. (Com informações de Damião Lucena)
 
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