Por Julio Wandam
REDE de Comunicação Os Verdes/RS
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Aramy ao lado de Richard Hansmussen, repórter aventureiro. |
Nas
Redes Sociais, o nome Aramy Fablício ainda pode ser desconhecido. Mas
na vida real, em Fagundes na Paraíba é bem conhecido, muito por suas
ações que colocam políticos e criminosos ambientais na condição de serem
punidos, quando estes colocarem a vida de animais, árvores e pessoas em
perigo.
Visto
por muitos como uma 'pedra no sapato', em nada se diferencia de outros
ativistas ambientais no país. Espécie rara e quase em extinção, o
'ativista ambientalista' recebe estes elogios daqueles que se sentem
ameaçados pela coragem e destemor dos que lhes enfrentam no peito e na
raça.
Em
uma de suas ações, contra a derrubada de árvores nativas e centenárias
na Praça de Fagundes, ele conta: "Eles fecharam a Prefeitura depois de
toda a atrocidade de derrubar árvores, me agrediram, fiz exame de corpo
delito, mas os agressores ficaram impunes. Que democracia é essa?",
questiona Aramy, 47 anos, com toda uma vida dedicada a militância
ambiental, mesmo antes de ele perceber "o quê isso significava".
Lembra
de seu avô, que era analfabeto, mas um bom violeiro e repentista.
"Sempre tive influência dele, desde que me conheço por gente", diz.
Desde muito pequeno sofria com a ideia errada dos demais sobre a
natureza: “Fui muito hostilizado pelos mais velhos, quando falava que um
dia os animais iam sumir; Eles me chamavam de doido”.
No
começo de sua militância, visitava as escolas, e ora representava uma
autoridade do Greenpeace ou de uma ONG internacional do Canadá. Assim,
diz ele, conquistou a amizade e simpatia de centenas de pessoas e
alunos. Na verdade, Aramy é mais do que os ativistas internacionais são
na atualidade, e a época se espelhou naqueles barbudos da década de 70, a
bordo do Raibow Warrior, onde protegiam as baleias nos mares.
Na
briga em defesa da Praça Zuca Ferreira, que foi um dos prefeitos na
cidade de Fagundes/PB, Aramy acabou preso ao protestar contra a
derrubada de árvores centenárias e saudáveis que embelezavam a praça
central da cidade. Aramy alegou que aquilo não era progresso e sim um
retrocesso. A prisão de um ambientalista por protestar contra os crimes
ambientais, é 'Agenda' comum na vida de ativistas em todas as partes do
mundo. É como Certificar aquele Ativista Ambientalista.
O
jornalista profissional Edimilson Camilo, presente e registrando os
fatos, teve o celular de trabalho confiscado na hora em que Aramy estava
sendo preso, para que o fato não fosse registrado através de
fotografias. "Mas hoje como a tecnologia está muita avançada as pessoas
que por ali passavam registraram o ocorrido” comenta o jornalista em
artigo feito sobre o desmatamento na Praça de Fagundes/PB. Logo após o
ato de prisão, a imprensa da cidade de Campina Grande, veio fazer a
cobertura dos fatos. "Nem um órgão competente da área ambiental daria Um
laudo autorizando a derrubada de árvores saudáveis", disse o
jornalista.
Faz
alguns meses do ocorrido na Praça Zuca Ferreira, mas segundo Aramy, os
comentários nas Redes Sociais não param: "Todo dia as pessoas que moram
noutras regiões do Brasil, enviam mensagens, repudiando esta atitude,
pois abrange vários temas, como o coronelismo vigente, o abuso contra a
natureza e acervo cultural, a lavagem de dinheiro. Derrubaram quatro
árvores centenárias!". O que lhe incomoda nisso, foi a continuação da
história, quando os agressores não foram punidos pela agressão praticada
contra ele e pela arbitrariedade da Polícia, que segundo ele, teria
vindo "à mando de algum grandão do poder, quando abusaram e me
algemaram, me prenderam; mas como sou um cara querido pela maioria do
povo da cidade, eles me liberaram." Houve manifestação da sociedade
local, que foi para frente da Delegacia para repudiar a prisão. "Eu
estava apenas com uma faixa, com os dizeres: SOS POR FAVOR NÃO NOS
DERRUBEM, ESTAMOS VELHAS MAIS SAUDAVES, JÁ DEMOS ABRIGO PROS MAIS
VELHOS, MAS PODEMOS DAR ABRIGO POR MUITO TEMPO", argumenta o ativista.
Outra
frente de ação que movimenta, envolve o reflorestamento de árvores
nativas, quando realizando atividades com voluntários, recolhe sementes e
sacos de leite. O Projeto "Saco de Leite Vazio Não é Lixo" visa receber
apoio do Governo, para que faça uma campanha conscientizando as pessoas
para não colocarem os sacos de leite fora, destinando-os para uso como
invólucro para proteger as mudas de árvores até o crescimento para
plantio. Segundo ele, são milhões de sacos de leite vazios do Programa
FOME ZERO jogado fora, poluindo o meio ambiente. "Caso o Governo Federal
implantasse meu projeto, seria igual a 23 milhões de berços de mudas de
árvores plantadas todos os meses", avalia o ambientalista.
Para
Aramy, que já teve seu projeto apresentado em Rede Nacional na TV
Brasil, Cultura e EBC de Brasília, sua intenção é comprometer os
políticos com a adesão de sua iniciativa, favorecendo o meio ambiente
com mais árvores sendo plantadas e menos lixos sendo descartados de
forma equivocada. Teve apoio importante a causa defendida, as
reportagens feitas para o Canal TV Record, apresentado por Richard
Hansmussen.
Na
defesa dos animais, começou a cercar os caçadores, buscando apoio nas
fazendas, pequenas e grandes propriedades, onde colocava placas feitas
de folhas de zinco velhas, onde anunciava que naqueles locais era
PROIBIDO CAÇAR E CAPTURAR ANIMAIS.
Assim, em muitos locais, ele conseguiu também apoio para devolver animais apreendidos e assim criou o Projeto Natureza Livre.
Em
suas andanças pela região, encontrou o ninho de uma ave rara, chamada
de Urutau, ave fantasma em Tupi guarani. Segundo o ativista Aramy, esta
ave coloca um ovo a cada três anos, e é uma espécie monogâmica, que se
utiliza de um processo de mimetismo, se parecendo com um galho seco de
árvore, para fugir dos predadores. "Ela imita um complemento de um galho
de árvore seca", diz.
Quando
ele encontrou o ninho, deixou-o intocado e dormiu em cima de uma pedra
para proteger o ovinho da ave Urutau de predadores como micos e saguis.
Ali
ficou por mais de 70 dias, em uma barraca que utilizou de morada na
floresta onde havia encontrado a ave fantasma, não mencionando a ninguém
que havia feito o achado. Durante este período de vigilância no ninho
do Urutau, Aramy temeu por sua vida, as vezes acordando em sonhos com
medo de caçadores estarem colocando sua vida em perigo. Teve a visita de
reportagem de jornal escrito e televisão, que pedia para virem em
equipes reduzidas para não alarmar sobre o local onde estava a ave rara.
Fazia várias exigências que eram cumpridas pelas redes de TV e
imprensa, pois todos queriam reportar sobre a Ave Fantasma encontrada.
Assistiu o nascimento da ave após 30 dias de sua estada na floresta, as
idas e vindas da mãe para alimentar o filhote e também os primeiros vôos
do Urutau.
O
ambientalista Aramy Fablicio é idealizador de outros projetos como o
"Plantando na Escola", o "Adote uma Árvore", "Biqueira Velha" e "Arte de
Reciclar", entre tantos outros de cunho social e ambiental.
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