Projeto sobre a importância da coleta seletiva começou na sala de aula no ano passado e se estendeu por toda a vizinhança.
Givaldo Cavalcanti
O costume de uma comunidade de não cuidar bem do lixo fez com que professores e a gestão da Escola Municipal Frei Belarmino, localizada no bairro da Rosa Mística, em Campina Grande, buscasse alternativa para mudar a realidade.
Os resultados do projeto que começou na sala de aula no ano passado e
se estendeu por toda a vizinhança foi apresentado na manhã de ontem na
5ª Vivência Pedagógica, no Centro de Tecnologia Educacional de Campina,
como primeiro passo para a transformação do meio ambiente em comunidades
carentes.
Com a proposta de incentivar a qualidade de vida através do trabalho
com o lixo para a formação da cidadania, os alunos da escola passaram a
ter aulas sobre os prejuízos causados pelos resíduos sólidos e como
poderiam ajudar a natureza desenvolvendo a coleta seletiva. Esse foi o
primeiro passo, segundo explicou a professora Ana Cristina, que apontou
que as atividades em grupo desenvolvidas na escola incentivaram os
alunos a abraçar a luta pelo meio ambiente.
“A questão do lixo é bastante complexa. E nós percebemos que havia
uma concentração muito grande de lixo dentro da sala de aula, no pátio,
mas principalmente nos arredores da escola.
Como seria mais difícil conscientizá-los primeiro da situação lá de
fora para depois desenvolvermos atividades dentro da sala, achamos que
se eles entendessem que primeiro teriam que mudar dentro da escola, para
depois levar para suas casas e daí estender para a toda comunidade,
teríamos mais chances de acertar”, disse a professora.
Depois das aulas teóricas, o primeiro passo foi a instalação de
lixeiros com identificação para cada tipo de lixo. Depois, Ana Cristina
explica que os próprios alunos se tornaram fiscais dentro da escola para
averiguar se colegas e até funcionários estavam jogando os restos de
objetos e alimentos fora do local indicado.
“Ele passaram a fiscalizar e ter uma visão mais ampla do nosso
projeto. Prova disso foi a proposta de fazer uma caminhada pela
recuperação do Riacho das Piabas, que foi um dos momentos mais
importantes da comunidade desde a implantação desse projeto”, apontou.
Além dessa caminhada, os alunos da Frei Belarmino ainda ajudaram a
plantar mudas nos arredores do riacho e acabaram se responsabilizando
por cada uma das quase cem árvores plantadas. De acordo com a
professora, a mudança no pensamento dos alunos, que vão de oito a até 14
anos, não atingiu a todos, mas que já representa uma parcela
significativa da população escolar.
“É difícil todo mundo mudar, mas cerca de 80% dos alunos, além de
hoje serem defensores da natureza a partir da escola, também levam isso
para dentro de casa, orientando os pais e vizinhos sobre os riscos que a
poluição do lixo traz”, concluiu.
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