09/11/2012 19h17
- Atualizado em
09/11/2012 19h37
Tribo do Mato Grosso do Sul luta por demarcação de terras.
Participaram cerca de 80 indígenas, segundo organização.
Tribo do Mato Grosso do Sul luta por demarcação de terras.
Participaram cerca de 80 indígenas, segundo organização.
Protesto indígena na Paraíba
(Foto: Jorge Machado/G1) |
Cerca de 80 índios da Aldeia de Baía da Traição, Litoral Norte da
Paraíba, participaram de uma manifestação, no Centro de João Pessoa, na
tarde desta sexta-feira (9) em solidariedade aos índios Guarani-Kaiowá,
no Mato Grosso do Sul, que lutam pela demarcação de terras.
Os índios da comunidade Guarani-Kaiowá, Pyelito Kue, ocuparam a fazenda
Cambará em novembro do ano passado, três meses depois de terem o
acampamento onde moravam destruído em um ataque no dia 23 de agosto de
2011 e agora lutam na justiça para permanecer.
Eles chegaram a anunciar "morte coletiva" caso tivessem que deixar o
local, que pertence a uma fazenda. Conforme o Conselho Indigenista
Missionário (Cimi), o termo não indica suicídio coletivo, mas que os
Guarani-Kaiowá vão resistir à desocupação até a morte se for preciso.
“São cerca de 170 pessoas vivendo em situação muito complicada, de
violência. Por isso, esse movimento foi organizado pela sociedade civil,
nas redes sociais, e acontece em todo o país”, afirmou o professor da
Universidade Federal da Paraíba Estevão Palitot, um dos organizadores do
movimento.
Várias pessoas se uniram aos índios paraibanos
no protesto em João Pessoa (Foto: Jorge Machado) |
Para o índio potiguara Josualdo Silva, a situação enfrentada pela tribo
na Paraíba é semelhante. “A situação do índio hoje é igual em qualquer
parte do país. Aqui no estado, por exemplo, somos vítimas de massacre,
toda sorte de violência. Nós queremos que o governo faça a demarcação do
lado sul de Barra de Gramame, de onde fomos expulsos”, disse.
Além disso, eles lutam pela derrubada da Projeto de Emenda
Constitucional 215/00 (PEC 215/00). "Caso essa PEC seja aprovada, o
Poder Executivo não vai mais poder demarcar as terras indígenas. A
responsabilidade fica nas mãos do Congresso Nacional. Isso é muito
prejudicial para os povos indígenas, porque sabemos que o Congresso
Nacional tem muitos interesses, e também atende a muitos deles",
explicou Estevão Palitot.
Protesto passou por diversas ruas do Centro da cidade e teve início na frente do palácio do governo (Foto: Jorge Machado/G1) |
Agentes da Secretaria de Mobilidade Urbana de João Pessoa (Semob) foram
acionados para disciplinar o trânsito. Mesmo assim, foram registrados
alguns pontos de lentidão. Em passeata, os índios se dirigiram até a
Praça João Pessoa, conhecida como a Praça dos Três Poderes, onde após um
discurso, encerraram o movimento.
De acordo com os organizadores do movimento, a participação de
indígenas foi menor por causa do sepultamento de um dos caciques mais
antigos da tribo Tabajara, que aconteceu na tarde desta sexta-feira.
Fonte
Nenhum comentário:
Postar um comentário