Na Paraíba, existem pelo menos três entidades não governamentais que lutam em defesa do meio ambiente.
Desde criança, o biólogo Fernando Yplá já sabia a profissão que iria abraçar na vida. Fascinado pela natureza, o jovem logo se identificou com as questões ambientais e decidiu fundar o Instituto Praiamar, uma Organização Não Governamental (ONG) especializada no combate aos danos causados à flora e fauna.
Sem saber, Yplá reforçou um batalhão de pessoas anônimas que 
resolveram dedicar tempo e dinheiro na preservação do meio ambiente.
“O instituto foi criado há cinco anos. Realizamos estudos em áreas 
degradadas e procuramos detectar as fontes poluidoras para cobrar 
providências. Fazemos ações de educação ambiental e procuramos, por 
exemplo, conscientizar as pessoas a fazer o descarte correto de lixo”, 
explica Yplá.
Definida como “trabalho de formiguinha” pelos próprios 
ambientalistas, a atuação das ONGs ficou mais intensa na Paraíba a 
partir da década de 1980, como explica o engenheiro agrônomo Antonio 
Augusto Almeida, que foi secretário de Meio Ambiente de João Pessoa por 
duas gestões seguidas.
Atualmente, ele é vice-presidente da Associação de Amigos e 
Protetores da Natureza (Apan), uma das ONGs mais antigas da Paraíba, 
criada há 30 anos.
Na Paraíba, existem pelo menos três entidades não governamentais que 
lutam em defesa do meio ambiente. Em comum, todas nasceram com o mesmo 
objetivo e são compostas por pessoas determinadas a deter os impactos 
ambientais, causados pela ação humana. Despejo de resíduos sólidos em 
rios e praias, desmatamento de áreas protegidas por leis federais e 
combate à matança de animais são apenas algumas das bandeiras de lutas 
levantadas por essas instituições.
No entanto, a missão não é fácil. Apesar de terem o apoio de leis, as
 ONGs enfrentam adversários ferrenhos, como explica o vice-presidente da
 Apan, Antonio Augusto de Almeida. Ele acrescenta que o principal 
desafio é a falta de conscientização ambiental, principalmente, entre os
 gestores públicos. “Vemos muitos candidatos aos cargos eletivos que 
prometem compromisso com as questões ambientais, mas que, quando se 
elegem, esquecem as promessas feitas”, diz.
A Apan foi criada na década de 1980, no município de Areia, no interior
 do Estado. O fundador foi o professor do Centro de Ciências Agrárias da
 Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Lauro Xavier.  De acordo com 
Antonio Almeida, no início, a principal preocupação da entidade era a 
matança de baleias, que ocorria em praias de Costinha e de Lucena, no 
litoral norte da Paraíba.
“A matança era uma atração turística. Existia uma empresa estrangeira
 que lucrava muito em fazer diante do público a esfoleação das baleias. 
Como gerava lucro, havia um interesse econômico muito grande em manter 
esse costume no Estado”, conta.
Além das baleias, os rios também eram vítimas da ação humana. “Havia 
alguns usineiros na Paraíba que achavam normal despejar resíduos 
químicos nos rios, mesmo que isso contaminasse a fauna e a flora”, frisa
 o ambientalista.
Foi preciso muita luta para mudar a consciência ambiental. “Naquela 
época, fizemos uma ação articulada e tivemos o apoio de entidades de 
classe, como o Crea/PB (Conselho Regional de Engenharia da Paraíba), de 
sanitaristas e de advogados.
Conseguimos a implantação da Sudema (Superintendência de 
Administração do Meio Ambiente), que se tornou uma grande parceira das 
nossas lutas. “ No entanto, com o passar do tempo, as entidades de 
classe que nos apoiavam ficaram mais apáticas e se distanciaram um pouco
 das lutas ambientais”, destaca Augusto Almeida.
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