Dados mostram
que 74,9% das 3.405 toneladas (t) de resíduos gerados por dia, no ano
passado, tiveram destinação final inadequada.
Jaine Alves
Na Paraíba, das 3.405 toneladas (t) de resíduos sólidos urbanos (RSU) gerados por dia, no ano passado, 74,9% tiveram destinação final inadequada. Isso indica que apenas 852 t/dia de lixo tiveram o destino correto enquanto 2.553 t/d foram depositados de forma inadequada. Os dados são de um estudo da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abralpe) e mostram ainda que apenas 2.754 t/ dia foram coletados por empresas, os demais sequer foram recolhidos.
A situação preocupante ocorre apesar dos planos municipais de gestão de resíduos sólidos ser uma das exigências da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) para o manejo adequado do lixo, cujo prazo final de adequação é agosto de 2014.
Mesmo com a PNRS, as cidades da Paraíba esbarram nas dificuldades de implantar a gestão de resíduos sólidos, bem como cumprir o prazo estabelecido pelo governo federal, segundo o presidente da Federação das Associações de Municípios da Paraíba (Famup), Rubens Germano (Buba). “O plano nacional de saneamento básico, que inclui abastecimento, drenagem, esgotamento sanitário e gestão de resíduos sólidos é uma obrigatoriedade para todos os municípios até 2014, mas o governo federal não dá o apoio financeiro, nem suporte técnico, para que essas cidades possam cumprir o prazo estabelecido.
Sem esse apoio, os municípios precisarão contratar pessoal para o setor técnico, o que irá gerar despesas e que os municípios não estão capacitados para arcar com esses custos”, afirmou.
Buba Germano sugeriu como solução para o descarte adequado do lixo coletado, um consórcio entre prefeitura e empresas privadas. “Poderia ser feita uma PPP (Parceria Público Privada), onde a empresa privada gerenciaria o aterro e o município ficasse responsável pela coleta e destino final dos resíduos sólidos. Mas atualmente, nossa maior preocupação é que o governo federal tem uma política pública que pulveriza os recursos, através de pastas como o Ministério das Cidades, do Meio Ambiente, Funasa (Fundação Nacional de Saúde), cujos recursos acabam não chegando aos municípios”, disse.
Por outro lado, o presidente da Famup ressaltou que a destinação final do lixo de forma inadequada pode ser reduzida com o apoio da população. “Também é preciso que a população tenha o entendimento de separar o lixo domiciliar do orgânico, já que 80% do lixo produzido nas residências é reciclável e apenas o restante é realmente o rejeito encaminhado aos aterros”, pontuou.
A reportagem tentou contato telefônico com a Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema), mas nenhuma de nossas ligações foi atendida, inclusive pela assessoria de comunicação.
JOÃO PESSOA
A Abralpe também realizou um levantamento junto a dez municípios da Paraíba, com dados de janeiro a outubro do ano passado, e mostrou que somente em João Pessoa foram coletadas 846,2 toneladas de RSU diariamente, o equivalente a 1,14 quilo/dia por habitante.
Segundo a diretora do Departamento de Valorização e Recuperação de Resíduos Sólidos (Devar) da Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (Emlur) de João Pessoa, Carol Estrela, o setor tem realizado ações para dar o destino correto ao lixo, como o projeto 'Emlur no Meu Bairro', que acontece todas as terças-feiras nos bairros da capital, onde os agentes de limpeza urbana recolhem os resíduos sólidos existentes na área e os educadores ambientais sensibilizam a população, simultaneamente.
Além disso, Carol Estrela disse que no Dia Mundial da Reciclagem, comemorado em 17 de maio, a Emlur lançou como projeto piloto o cartão 'Limpinho 3R', no bairro Bessa. “Os três 'R' quer dizer reciclar, reduzir e reutilizar, que tem o objetivo de incentivar a população a fazer a coleta seletiva na residência. E esse cartão tem uma bonificação em pontos, que varia de acordo com o peso prensado do lixo reciclável descartado, a fim de que esse material não precise ir para o aterro sanitário. A pontuação do cartão poderá ser trocada em supermercado, posto de gasolina, cabeleireiro e casa de show, mas os estabelecimentos ainda serão definidos e contratados, pois está em fase de pactuação”, ressaltou.
Carol Estrela acrescentou que o cadastro para o 'Limpinho 3R' é feito pela internet, através do site da Prefeitura Municipal de João Pessoa e que a Emlur pretende expandir o projeto. (Colaborou Luzia Santos)
Na Paraíba, das 3.405 toneladas (t) de resíduos sólidos urbanos (RSU) gerados por dia, no ano passado, 74,9% tiveram destinação final inadequada. Isso indica que apenas 852 t/dia de lixo tiveram o destino correto enquanto 2.553 t/d foram depositados de forma inadequada. Os dados são de um estudo da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abralpe) e mostram ainda que apenas 2.754 t/ dia foram coletados por empresas, os demais sequer foram recolhidos.
A situação preocupante ocorre apesar dos planos municipais de gestão de resíduos sólidos ser uma das exigências da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) para o manejo adequado do lixo, cujo prazo final de adequação é agosto de 2014.
Mesmo com a PNRS, as cidades da Paraíba esbarram nas dificuldades de implantar a gestão de resíduos sólidos, bem como cumprir o prazo estabelecido pelo governo federal, segundo o presidente da Federação das Associações de Municípios da Paraíba (Famup), Rubens Germano (Buba). “O plano nacional de saneamento básico, que inclui abastecimento, drenagem, esgotamento sanitário e gestão de resíduos sólidos é uma obrigatoriedade para todos os municípios até 2014, mas o governo federal não dá o apoio financeiro, nem suporte técnico, para que essas cidades possam cumprir o prazo estabelecido.
Sem esse apoio, os municípios precisarão contratar pessoal para o setor técnico, o que irá gerar despesas e que os municípios não estão capacitados para arcar com esses custos”, afirmou.
Buba Germano sugeriu como solução para o descarte adequado do lixo coletado, um consórcio entre prefeitura e empresas privadas. “Poderia ser feita uma PPP (Parceria Público Privada), onde a empresa privada gerenciaria o aterro e o município ficasse responsável pela coleta e destino final dos resíduos sólidos. Mas atualmente, nossa maior preocupação é que o governo federal tem uma política pública que pulveriza os recursos, através de pastas como o Ministério das Cidades, do Meio Ambiente, Funasa (Fundação Nacional de Saúde), cujos recursos acabam não chegando aos municípios”, disse.
Por outro lado, o presidente da Famup ressaltou que a destinação final do lixo de forma inadequada pode ser reduzida com o apoio da população. “Também é preciso que a população tenha o entendimento de separar o lixo domiciliar do orgânico, já que 80% do lixo produzido nas residências é reciclável e apenas o restante é realmente o rejeito encaminhado aos aterros”, pontuou.
A reportagem tentou contato telefônico com a Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema), mas nenhuma de nossas ligações foi atendida, inclusive pela assessoria de comunicação.
JOÃO PESSOA
A Abralpe também realizou um levantamento junto a dez municípios da Paraíba, com dados de janeiro a outubro do ano passado, e mostrou que somente em João Pessoa foram coletadas 846,2 toneladas de RSU diariamente, o equivalente a 1,14 quilo/dia por habitante.
Segundo a diretora do Departamento de Valorização e Recuperação de Resíduos Sólidos (Devar) da Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (Emlur) de João Pessoa, Carol Estrela, o setor tem realizado ações para dar o destino correto ao lixo, como o projeto 'Emlur no Meu Bairro', que acontece todas as terças-feiras nos bairros da capital, onde os agentes de limpeza urbana recolhem os resíduos sólidos existentes na área e os educadores ambientais sensibilizam a população, simultaneamente.
Além disso, Carol Estrela disse que no Dia Mundial da Reciclagem, comemorado em 17 de maio, a Emlur lançou como projeto piloto o cartão 'Limpinho 3R', no bairro Bessa. “Os três 'R' quer dizer reciclar, reduzir e reutilizar, que tem o objetivo de incentivar a população a fazer a coleta seletiva na residência. E esse cartão tem uma bonificação em pontos, que varia de acordo com o peso prensado do lixo reciclável descartado, a fim de que esse material não precise ir para o aterro sanitário. A pontuação do cartão poderá ser trocada em supermercado, posto de gasolina, cabeleireiro e casa de show, mas os estabelecimentos ainda serão definidos e contratados, pois está em fase de pactuação”, ressaltou.
Carol Estrela acrescentou que o cadastro para o 'Limpinho 3R' é feito pela internet, através do site da Prefeitura Municipal de João Pessoa e que a Emlur pretende expandir o projeto. (Colaborou Luzia Santos)