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quinta-feira, 30 de maio de 2013
Lixo sem descarte correto
Dados mostram
que 74,9% das 3.405 toneladas (t) de resíduos gerados por dia, no ano
passado, tiveram destinação final inadequada.
Jaine Alves Rizemberg FelipeMunicípios terão até agosto de 2014 para implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)
Na Paraíba, das 3.405 toneladas (t) de resíduos sólidos urbanos (RSU)
gerados por dia, no ano passado, 74,9% tiveram destinação final
inadequada. Isso indica que apenas 852 t/dia de lixo tiveram o destino
correto enquanto 2.553 t/d foram depositados de forma inadequada. Os
dados são de um estudo da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza
Pública e Resíduos Especiais (Abralpe) e mostram ainda que apenas 2.754
t/ dia foram coletados por empresas, os demais sequer foram recolhidos.
A situação preocupante ocorre apesar dos planos municipais de gestão
de resíduos sólidos ser uma das exigências da Política Nacional de
Resíduos Sólidos (PNRS) para o manejo adequado do lixo, cujo prazo final
de adequação é agosto de 2014.
Mesmo com a PNRS, as cidades da Paraíba esbarram nas dificuldades de
implantar a gestão de resíduos sólidos, bem como cumprir o prazo
estabelecido pelo governo federal, segundo o presidente da Federação das
Associações de Municípios da Paraíba (Famup), Rubens Germano (Buba). “O
plano nacional de saneamento básico, que inclui abastecimento,
drenagem, esgotamento sanitário e gestão de resíduos sólidos é uma
obrigatoriedade para todos os municípios até 2014, mas o governo federal
não dá o apoio financeiro, nem suporte técnico, para que essas cidades
possam cumprir o prazo estabelecido.
Sem esse apoio, os municípios precisarão contratar pessoal para o
setor técnico, o que irá gerar despesas e que os municípios não estão
capacitados para arcar com esses custos”, afirmou.
Buba Germano sugeriu como solução para o descarte adequado do lixo
coletado, um consórcio entre prefeitura e empresas privadas. “Poderia
ser feita uma PPP (Parceria Público Privada), onde a empresa privada
gerenciaria o aterro e o município ficasse responsável pela coleta e
destino final dos resíduos sólidos. Mas atualmente, nossa maior
preocupação é que o governo federal tem uma política pública que
pulveriza os recursos, através de pastas como o Ministério das Cidades,
do Meio Ambiente, Funasa (Fundação Nacional de Saúde), cujos recursos
acabam não chegando aos municípios”, disse.
Por outro lado, o presidente da Famup ressaltou que a destinação
final do lixo de forma inadequada pode ser reduzida com o apoio da
população. “Também é preciso que a população tenha o entendimento de
separar o lixo domiciliar do orgânico, já que 80% do lixo produzido nas
residências é reciclável e apenas o restante é realmente o rejeito
encaminhado aos aterros”, pontuou.
A reportagem tentou contato telefônico com a Superintendência de
Administração do Meio Ambiente (Sudema), mas nenhuma de nossas ligações
foi atendida, inclusive pela assessoria de comunicação.
JOÃO PESSOA
A Abralpe também realizou um levantamento junto a dez municípios da
Paraíba, com dados de janeiro a outubro do ano passado, e mostrou que
somente em João Pessoa foram coletadas 846,2 toneladas de RSU
diariamente, o equivalente a 1,14 quilo/dia por habitante.
Segundo a diretora do Departamento de Valorização e Recuperação de
Resíduos Sólidos (Devar) da Autarquia Especial Municipal de Limpeza
Urbana (Emlur) de João Pessoa, Carol Estrela, o setor tem realizado
ações para dar o destino correto ao lixo, como o projeto 'Emlur no Meu
Bairro', que acontece todas as terças-feiras nos bairros da capital,
onde os agentes de limpeza urbana recolhem os resíduos sólidos
existentes na área e os educadores ambientais sensibilizam a população,
simultaneamente.
Além disso, Carol Estrela disse que no Dia Mundial da Reciclagem,
comemorado em 17 de maio, a Emlur lançou como projeto piloto o cartão
'Limpinho 3R', no bairro Bessa. “Os três 'R' quer dizer reciclar,
reduzir e reutilizar, que tem o objetivo de incentivar a população a
fazer a coleta seletiva na residência. E esse cartão tem uma bonificação
em pontos, que varia de acordo com o peso prensado do lixo reciclável
descartado, a fim de que esse material não precise ir para o aterro
sanitário. A pontuação do cartão poderá ser trocada em supermercado,
posto de gasolina, cabeleireiro e casa de show, mas os estabelecimentos
ainda serão definidos e contratados, pois está em fase de pactuação”,
ressaltou.
Carol Estrela acrescentou que o cadastro para o 'Limpinho 3R' é feito
pela internet, através do site da Prefeitura Municipal de João Pessoa e
que a Emlur pretende expandir o projeto. (Colaborou Luzia Santos)
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