13/05/2013 09h21
- Atualizado em
13/05/2013 09h21
Casas da zona rural de Olivedos nunca tiveram acesso a água encanada.
Água é considerada imprópria, mas Governo diz que recupera poços.
Cerca de 12 carros-pipa retiram água diariamente de poço artesiano em Olivedos (Foto: Taiguara Rangel/G1) |
Os dados são os mais recentes divulgados sobre os olivedenses, levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE/2010). De acordo com a gerência de execução de obras da Secretaria de Infraestrutura do estado, atualmente 170 municípios na Paraíba estão sendo atendidos com abastecimento de carros-pipa por decreto de situação emergencial. Também já foram recuperados 133 poços artesianos desde outubro do ano passado, somados a outros 353 que ainda passarão por reformas.
Um dos únicos poços artesianos que fornecem água aos agricultores na zona rural de Olivedos fica na fazenda Campos. Construído em 1992, diariamente chegam até 12 carros-pipa do exército e particulares retirando o líquido do poço em períodos de seca, segundo o proprietário Lídio Meira. A fazenda também possuiu durante muito tempo a única fonte de abastecimento da zona rural, com um açude que existe desde 1921.
Reservatório serve para o abastecimento de pelo menos 18 famílias (Foto: Taiguara Rangel/G1) |
Um estudo realizado pela Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) do Ministério de Minas e Energia, identificou 44 poços artesianos no município, mas apenas 17 em funcionamento. A água de 91% dos pontos analisados foi considerada salobra, com média na quantidade de sólidos totais dissolvidos (STD) de 8.631,88 mg/L.
“Conforme a Portaria 1.469/Funasa, que estabelece os padrões de potabilidade da água para consumo humano, o valor máximo permitido para os sólidos dissolvidos é 1.000 mg/L. Teores elevados neste parâmetro indicam que a água tem sabor desagradável, podendo causar problemas digestivos, principalmente nas crianças, e danifica as redes de distribuição”, assinalam os pesquisadores.
Açude é uma das poucas opções para consumo doméstico e de animais (Foto: Taiguara Rangel/G1) |
Porém, para aqueles a quem a operação carro-pipa atende de modo insuficiente, resta como única solução comprar água. O abastecimento particular de 6 a 8 mil litros custa de R$ 120 a R$ 200, segundo a merendeira Lúcia de Fátima, da escola municipal José Inocêncio, zona rural de Olivedos. Assim, o morador da zona rural acaba gastando mais do que o próprio sustento para comprar água. O rendimento mensal mediano per capita dos agricultores na zona rural de Olivedos é de apenas R$ 127,50, enquanto a média na Paraíba é de R$ 170, conforme o IBGE.
“Já moro aqui há mais de 20 anos e vi muita seca. Praticamente só tem dois poços com água suficiente para abastecer a população. Na cidade tem a água encanada de Boqueirão (açude Epitácio Pessoa) que só chega à noite, mas na zona rural o jeito é comprar água porque o carro-pipa do Exército não dá para o consumo do mês”, alegou.
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