quinta-feira, 9 de maio de 2013

Carta aberta ao Ibama e aos cajazeirenses e cajazeirados

08/05/2013 às 07:55

Prezados Senhores e estimados conterrâneos,

Nascemos e nos criamos numa localidade encravada no alto-sertão da Paraíba, denominada não por acaso de cidade de Cajazeiras; por ser a nossa terra natal originária de uma planta que tem como fruto o Cajá, daí a denominação Cajazeiras.

Ou seja, o que um dia foi um Sítio, Vila e Distrito e depois elevada a condição de cidade, hoje pode ser considerada uma "Metrópole" se levarmos em conta que foi criada a região metropolitana da grande Cajazeiras.

Esta cidade querida e acolhedora, de gente humilde, honesta e trabalhadora, mas que infelizmente em alguns momentos inerte, passiva, para não dizer acovardada diante das intempéries,e destruição de forma acintosa e gratuita, no que temos de mais sagrado o nosso patrimônio.

Falo isto e chamo a atenção e faço um apelo de público, ao IBAMA para lamentar sobre todos os aspectos, a forma truculenta e destruidora e porque não dizer criminosa, de como uma Árvore Cajazeiras, centenária e que fazia parte do patrimônio cultural de nossa cidade e que de forma irresponsável foi sacrificada em nossa terra.

Sobre o pretexto de uma pseudo reforma,que vem se realizando em nosso teatro a empresa responsável pela obra, de forma desrespeitosa com as nossa origens as nossa raízes e toda a cultura e história de um povo, corta pelo tronco uma planta que faz parte de todo um contexto de uma cidade.

E as pessoas assistem a este crime de forma pacífica, indiferente como se nada de anormal tivesse acontecido.
 
E quando um cidadão qualquer, sem conhecimento de causa, faz uma poda desordenada de um simples pé de xique-xique, logo é punido e multado, pelo Ibama, quando muitas vezes não dá cadeia, pra quem pratica o chamado Crime Ambiental.

Nada, absolutamente nada contra a reforma que ora se concretiza em nosso Teatro local, apesar dos absurdos e desrespeito cometidos até o momento com a verdadeira história de construção desta casa de espetáculos, desde as lutas empreendidas até a sua consecução no seu projeto original. Hoje com a reforma toda a sua verdadeira história jogada no lixo.

E como se não bastasse acontece esse golpe de covardia, destruindo as raízes de um povo, fincadas ali, através de uma Arvore que muitas alegrias proporcionou ao nosso povo. E a pergunta que fica no ar, porque todos dormem em berço esplêndido em Cajazeiras, diante de tamanha desgraça.

Por muito menos Dr. Epitácio Leite Rolim não fora apedrejado, quando tomou a decisão histórica de destruir a velha ponte do Açude Grande, que ameaçava toda a cidade, hoje qualquer forasteiro chega em nossa terra, assassina uma Arvore que faz parte do nosso acervo cultural e ninguém diz ou faz nada.

Acorda Cajazeiras! Onde estão os nossos ambientalistas, artistas, autoridades constituídas, gente da minha terra. Até quando vai se permitir que Cajazeiras vire a cidade do já teve.

Sales Fernandes
Jornalista e Radialista


 

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