Alberto Simplício
De acordo com o estudo 'Mudanças Climáticas, migrações e saúde: cenários
para o Nordeste brasileiro 2000-2050’, realizado pela Universidade
Federal de Minas Gerais e pela Fundação Oswaldo Cruz, o Nordeste poderá
ficar até 4ºC mais quente e entre 15 a 25% mais seco, em consequência do
aquecimento. Tal mudança poderá afetar a biodiversidade da caatinga, a
agricultura, a saúde e a economia.
Uma temperatura elevada em até 4ºC pode significar uma redução média
de crescimento de 17,7% do Produto Interno Bruto (PIB) da Paraíba e de
11,4% do PIB nordestino, até o ano de 2050. Isso ocorrerá devido à
diminuição das chuvas e à pouca disponibilidade de terras aptas para a
agropecuária. O estudo cita que a situação mais dramática se dará nos
municípios de Riachão e Itapororoca.
Outro fator que preocupa é a migração populacional. Isso poderá
ocasionar a migração de trabalhadores rurais e suas famílias para outras
regiões e para setores menos afetados da economia. Atualmente em queda,
a taxa de migração teria um aumento 24%, no período de 2035 a 2040, e
de 17%, entre 2045 e 2050. Em números absolutos, seriam cerca de 500 mil
nordestinos deixando seus locais de origem.
A pesquisa ressalta que as regiões metropolitanas serão afetadas,
principalmente a de Recife, com redução de 1,1% da população de 2045 a
2050, e a de João Pessoa, com redução de 0,75%. Os municípios com mais
de 150 mil habitantes também seriam afetados, entre eles Campina Grande.
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