terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Moradores reclamam da estrutura do Lixão de Campina Grande-PB


 
 
O fato da comunidade trabalhar no lixão, não significa dizer que ela está satisfeita em viver em um “lixo”. Esse sentimento de indignação expressado pelos moradores do Mutirão revela a consciência de exclusão que eles passaram a desenvolver em função dos problemas de infraestrutura da comunidade.

No local, o poder público está presente através de uma creche, de uma escola e de uma Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF), onde funcionam duas equipes. O funcionamento dessas estruturas contrasta com a lama que escorre em meio as ruas do Mutirão, que em pouquíssimos trechos são calçadas. “A gente é esquecido. Não é nada bom viver no meio da lama, convivendo com rato, barata”, diz a dona de casa Gorete Santos, de 33 anos.

Em pleno horário de aulas, crianças brincam e, ao mesmo tempo, trabalham para ajudar a família no sustento do lar. O lixo está presente por todas as partes e, em certos pontos, a impressão é de que a comunidade é uma extensão do lixão municipal. A dona de casa Katiane Bezerra Freire, de 21 anos, afirma que não sabe definir em palavras o que é viver no Mutirão e desabafa: “só quem mora aqui sabe o que sofre”.

A coordenadora do Distrito Sanitário responsável pelo local, Sandra Araújo, disse que a falta de infraestrutura da comunidade se reflete na grande quantidade de pessoas, sobretudo crianças, que são atendidas em função de problemas como diarreia e micoses. “A localidade precisa de muitos investimentos. A UBSF garante o atendimento de saúde da população, mas é imprescindível que haja melhorias nas condições sanitárias, para que a atenção básica possa se desenvolver plenamente”, ressaltou.

O secretário municipal de Obras, Alex Azevedo, informou que a Prefeitura reconhece os problemas enfrentados pelo Mutirão e pretende, no próximo ano, dotá-lo de melhores condições estruturais. Ele justificou que a Prefeitura vem trabalhando para resolver as questões que afetam as localidades mais carentes. Ele lembra, porém, que o esgotamento sanitário é uma obrigação do governo estadual, de quem espera uma contrapartida.

"Resolvemos o problema do distrito de São José da Mata, onde nós não tínhamos uma só casa com esgotamento sanitário. Estamos investindo no distrito de Galante, temos uma grande obra no bairro Novo Horizonte e vários outros projetos de infraestrutura em andamento. Com o Mutirão não será diferente”, disse.

Veja também: Fim do lixão gera medo em Campina Grande

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