Segundo morador de assentamento, na época que o rio enche, desce com força, destruindo as barreiras, que já estão frágeis
Moradores do Assentamento Nova Conquista, nos municípios de Pilar e
São José dos Ramos (as cidades são separadas pelo rio Paraíba), afirmam
que a degradação do rio Paraíba tem causado danos ambientais e sociais.
“Com essa retirada de areia, o rio está ficando mais largo, o pasto onde
ficava nossos animais está diminuindo, poços e cacimbas estão secando e
diminuiu o número de peixes”, afirmou o morador do assentamento, Elias
Francisco da Rocha.
Robson Oliveira, que também mora no assentamento, diz que na época
que o rio enche, desce com força, destruindo as barreiras, que já estão
frágeis. “Cada vez mais o rio está chegando perto da população
ribeirinha”, diz Robson. Ele explica que as dragas de extração de areia
estão instaladas no município de Pilar e que ainda não chegaram na área
próxima ao assentamento Nova Conquista. “Se já estamos enfrentando
problemas antes da draga chegar aqui, imagine quando estiver dentro do
rio que utilizamos?”, indaga.
Recomendação
No início de outubro, o Ministério Público Federal recomendou que a Sudema e o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) ampliassem o controle sobre a extração de areia na Paraíba. Segundo a recomendação do MPF, os órgãos deveriam vetar a utilização de caçambas e retroescavadeiras para a pesquisa de areia, e que o licenciamento ambiental só deveria ser concedido com a autorização do titular da propriedade para a recuperação ambiental. A iniciativa do MPF era para evitar o uso indiscriminado das autorizações para a extração volumosa de areia nos leitos e margens do rio.
No início de outubro, o Ministério Público Federal recomendou que a Sudema e o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) ampliassem o controle sobre a extração de areia na Paraíba. Segundo a recomendação do MPF, os órgãos deveriam vetar a utilização de caçambas e retroescavadeiras para a pesquisa de areia, e que o licenciamento ambiental só deveria ser concedido com a autorização do titular da propriedade para a recuperação ambiental. A iniciativa do MPF era para evitar o uso indiscriminado das autorizações para a extração volumosa de areia nos leitos e margens do rio.
Para o Ministério Público, a ausência de condicionantes é um dos
fatores que prejudicam a fiscalização, quando, por exemplo, esta se
depara com extração de grandes volumes com base em autorização para
pesquisa. Há ainda casos de transferência de titularidade de lavras sem
comunicação ao órgão concedente, indefinição sobre as áreas autorizadas
para lavra, e ausência de dados concretos sobre o empreendedor,
dificultando a busca deste para responsabilização.
Em 2009, o MPF já havia recomendado à Sudema e ao DNPM que não
emitissem mais licença para qualquer lavra mineral em área localizada
nos municípios de Santa Rita (PB) e Bayeux (PB).
A área, conhecida como Tabuleiro das Lagoas, possui várias nascentes
(hoje praticamente destruídas pela extração mineral) e cursos de água
que abastecem a bacia hidrográfica Gramame-Mumbaba, que alimenta o
complexo de reservatórios Gramame-Marés responsável pelo abastecimento
da cidade de João Pessoa. Já em março deste ano, o MPF fez nova
recomendação à Sudema para que não conceda ou renove licenciamento para
extração mineral sem a observância cronológica das três fases do
licenciamento previstas no artigo 8º da Resolução nº 237/97 e Resolução
nº 10/90 do Conama.
Nenhum comentário:
Postar um comentário