domingo, 25 de dezembro de 2011

Crescem feiras de orgânicos na Paraíba

 
Em parceria com o Sebrae feira de produtos orgânicos acontece todos os sábados no estacionamento do Dnocs

Quem resolveu inovar na ceia de Natal deste ano e produziu a partir de alimentos orgânicos não apenas provou mais sabor, mas também está consciente dos riscos na saúde no longo prazo.

Uma revolução silenciosa vem mudando os hábitos de consumo na Paraíba, trazendo mais qualidade na alimentação no Estado.

Encabeçando essa mudança estão os produtos orgânicos, que ganham cada vez mais espaço nas mesas dos paraibanos, que optam por pagar um pouco mais por alimentos saudáveis e livres de agrotóxicos.

O crescimento deste mercado fez com que o Sebrae-PB criasse, em parceria com produtores de diversas regiões do Estado e a Superintendência Federal do Ministério da Agricultura (Mapa), uma feira exclusiva para hortaliças orgânicas, produzidas sem o uso de pesticidas ou agrotóxicos e com os produtos certificados.

A primeira delas em João Pessoa foi realizada na metade de novembro, e tem atraído cada vez mais visitantes todos os sábados, entre 6h e 11h, no estacionamento do Departamento Nacional de Obras Contras as Secas (Dnocs), no bairro dos Estados. 22 produtores de Alhandra, Pedras de Fogo, Pitimbu, Lucena, Jacaraú e São Miguel e Taipu participam da feira, e a expectativa é dobrar o número em até um ano. Outras 40 feiras semelhantes acontecem em diversas regiões de Estado.

O produtor Ivanilson Xavier da Silva, que vem semanalmente de Jacaraú para a feira no prédio do Dnocs, diz que faturamento dobrou com a venda direta ao consumidor. "Sem o atravessador dá para apurar R$ 800 a R$ 1.000 nas quatro feiras mensais. Anteriomente era R$ 400", diz.

A empresária Kaya Yokoyama já é uma cliente assídua da feira de orgânicos e desde a inauguração, no mês de novembro, sempre faz compras no local. “Prefiro os produtos orgânicos porque a produção acontece de forma ecologicamente correta, sem utilizar defensivos nem outros produtos químicos. Além disso, comprando aqui nós contribuímos para que o agricultor e a terra não se envenenem por causa do uso de agrotóxicos. E nós também não nos envenenamos”, defendeu.

Para ela, o fato dos alimentos serem produzidos por agricultores paraibanos também é um diferencial. “Como os produtos vendidos aqui são produzidos todos na Paraíba, comprando aqui nós estamos beneficiando o produtor local”, ressaltou, acrescentando que em comparação com os preços dos produtos orgânicos vendidos em supermercados, comprar na feira é mais vantajoso.

Já os aposentados José de Oliveira Neto e Maria Irene Morais moram no bairro dos Estados e no último sábado aproveitaram para ir à feira orgânica comprar alguns produtos. “Nós não tínhamos o hábito de comprar produtos orgânicos porque faltavam opções. Estamos frequentando esta feira pela segunda vez, principalmente porque os produtos são mais saudáveis”, comentou José Oliveira.

Quanto ao preço, o casal diz não se importar que os produtos sejam um pouco mais caros que aqueles que recebem agrotóxico. “Vale a pena, até porque quando se envolve nossa saúde o preço é o mínimo que deve ser considerado”, acrescentou o aposentado.
Para o gestor do projeto de olericultura (criação de hortaliças) do Sebrae, Pablo Queiroz, a feira pretende beneficiar comunidade e agricultores, já que além do ganho na saúde, os produtores vendem sem atravessadores. “As verduras e legumes são vendidos a um preço justo. Eliminando intermediários, os produtores podem vender um produto de qualidade com preços mais baratos do que os supermercados”, avalia Pablo.
Com o acesso ao mercado de forma justa, o feirante garante o fortalecimento da cultura e da cooperação proporcionando uma melhoria na renda dos familiares. “A feira orgânica servirá como acesso a novos mercados e, em consequência, condições de melhoria de todo o processo envolvido no plantio, produção, colheita e comercialização de produtos da agricultura familiar’’, avalia o gestor.

Segundo Pablo, "a medida em que a população se concientiza em relação aos benefícios do consumo de vegetais sem agrotóxicos, o mercado cresce. Quem prova os orgânicos sente a diferença no cheiro, sabor e até na durabilidade do produto dentro da geladeira”.

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