Georgia Simonelly
O agricultor Renato Vieira, 64 anos, produz hortaliças, milho e feijão em uma propriedade rural no distrito de Floriano, em Lagoa Seca. Ele diz que o consumo de produtos químicos ainda é abundante na região. “Utilizava agrotóxicos, principalmente nas hortaliças, mas deixei há 3 anos e utilizo hoje os biofertilizantes, que têm gerado bons resultados e produtos de melhor qualidade”, comemora.
A Paraíba está no 3º
lugar do ranking entre os Estados nordestinos que menos consomem
agrotóxicos. Os dados são do relatório de Agrotóxicos e afins do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama) e
foram divulgados ontem, pelo professor da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS) Sebastião Pinheiro, no Dia de Mobilização contra o
Uso de Agrotóxicos.
Com um consumo de 323 litros por ano, entre herbicidas, inseticidas e
fungicidas, o Estado perde apenas para Sergipe, que utiliza 189 litros
por ano e Rio Grande do Norte, que consome 246 litros por ano. No país,
São Paulo lidera o ranking dos estados que mais consomem os defensivos
agrícolas, com 39 milhões de litros.
Segundo Nelson Anacleto, coordenador do Polo Sindical de Agricultores
da Borborema, apesar do estado estar bem colocado em relação ao país,
ainda existem na região da Borborema centenas de agricultores que
utilizam os produtos químicos, na defesa e combate às pragas. “Tivemos
avanços significativos na redução do uso com o trabalho do sindicato,
que possui mil agricultores cadastrados, pois eles estão tomando
consciência dos malefícios para a saúde, mas ainda existem centenas de
agricultores da região que utilizam agrotóxicos”, lamentou.
Dentro da programação alusiva à Semana da Alimentação Saudável, entre
os dias 16 e 22 de outubro, foi realizado ontem, no Convento dos
Maristas, em Lagoa Seca, no Agreste paraibano, o Dia de Mobilização
contra o Uso dos Agrotóxicos, com a participação de 200 agricultores.
No evento, os trabalhadores rurais do território da Borborema fizeram
um diagnóstico sobre o uso de agrotóxicos na região e participaram de
debates, palestras, além de assistirem ao documentário “Agrotóxico na
Mesa”.
O agricultor Renato Vieira, 64 anos, produz hortaliças, milho e feijão em uma propriedade rural no distrito de Floriano, em Lagoa Seca. Ele diz que o consumo de produtos químicos ainda é abundante na região. “Utilizava agrotóxicos, principalmente nas hortaliças, mas deixei há 3 anos e utilizo hoje os biofertilizantes, que têm gerado bons resultados e produtos de melhor qualidade”, comemora.
De acordo com Sebastião, pesquisador do Grupo de Pesquisa em
Agricultura e Saúde, o uso dos defensivos químicos é uma ilusão posta na
mente dos agricultores. “O adubo químico causa câncer, que vai gerar
lucro para as mesmas empresas que te venderam o veneno, e esta solução
não nos interessa, pode interessar às grandes empresas”, enfatizou.
Segundo Nelson Anacleto, o uso dos agrotóxicos é responsável por
doenças como câncer, problemas cardíacos, depressão, além de contribuir
para problemas de fertilidade nos homens e prejudicar no desenvolvimento
do feto nas grávidas.
Os prejuízos não se limitam à saúde das pessoas que manipulam os
venenos e nem a danos para o consumidor, que adquire os produtos
contaminados.
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