Alberto Simplício
Há consenso ao se
falar que a água é essencial para a manutenção da vida.
Consequentemente, a falta dela significa morte. Alheia a esse fato,
grande parte da população não se preocupa com a forma como utiliza esse
recurso. De acordo com a Companhia de Água e Esgotos da Paraíba
(Cagepa), metade da água que é distribuída nos municípios é desperdiçada
ou mal utilizada.
Se analisarmos os dados do Sistema Nacional de Informações sobre o
Saneamento (Sanis), do Ministério das Cidades, vamos perceber que a
relação de consumo per capta no Estado não é alta. As duas maiores
cidades, João Pessoa e Campina Grande, possuem consumo médio de 111,2 e
106,3 litros por habitantes ao dia (l/hab/dia). A Organização das Nações
Unidas (ONU), por exemplo, preconiza o consumo médio de 110 litros por
pessoa, o que coloca o consumo das duas cidades como estável.
Entretanto, quando se leva em consideração o fato do dado ser
elaborado com base na quantidade de água distribuída pela Cagepa e
depois dividida pela quantidade de pessoas atendidas, as conclusões não
são as mesmas. Muitas localidades que possuem sistemas precários de
distribuição acabam sendo penalizadas em detrimento de outras onde o
escoamento de água é regular. Por isso, engana-se quem se vale do dado
para falar que o consumo local é sustentável.
A disparidade de consumo varia, inclusive, dentro de uma mesma
cidade. O engenheiro Ronaldo Meneses é subgerente de Controle
Operacional da Cagepa Borborema e neste ano defendeu sua dissertação de
mestrado, na qual realizou um diagnóstico operacional do sistema de
abastecimento de Campina Grande. Ele disse que chegou a um número
diferente do que apontado pelo Sanis e comprovou que atualmente o
consumo médio local é em torno de 200 litros por habitantes/dia,
portanto, alto.
Em bairros como Mirante e Alto branco esse consumo varia entre 300 e
400 (l/hab/dia). Já em outras localidades, como o bairro da Glória, essa
relação é de apenas 80 (l/hab/dia), o que atesta um aspecto desigual
tanto no sistema de operação como no estilo de vida de cada realidade.
“Nos dois primeiros bairros, o padrão de consumo é diferente. As casas
são maiores, possuem máquinas de lavar louça, roupa, jardins, carros,
mais de um banheiro e isso acaba sendo determinante. Outra disparidade é
que o Glória ainda sofre com déficit no fornecimento”, afirmou.
Queria saber se tem neste estudo uma analise de uso de água para todos os bairros de CG? Queria ver uso para todos os bairros mas principalmente Mutirão.
ResponderExcluir400L/hab/dia é maior consumo do que o médio nos EUA (fonte: p13 no http://www.cityofmadison.com/water/documents/ConservationPlan_71708.pdf, que seria 262L/hab/dia).
Seria bom todos os dados. Fico muito curioso! Agradeço pelo assunto.......