Além dos danos ambientais ocasionados pela retirada de areia do Rio Paraíba, o trafégo dos caminhões causam diversos transtornos.
Luciana OliveiraA população do município de Pilar, a 55 quilômetros de João Pessoa, está sofrendo com o fluxo de caminhões caçambas que carregam a areia retirada do rio Paraíba, diariamente. De acordo com moradores e autoridades, os caminhões transitam em alta velocidade, danificam as ruas e espalham poeira nas casas, prejudicando a saúde da população. Conforme estimativas de ambientalistas e moradores da região de Pilar, a cada dia são retirados em torno de 50 caminhões caçambas de areia. A maioria trafega por dentro da cidade.
Essa degradação do rio, com a retirada mecanizada de areia, foi
denunciada pelo JORNAL DA PARAÍBA na edição do dia 4 de dezembro. Agora,
a denúncia é quanto aos prejuízos ao patrimônio público e à saúde da
população. “Os caminhões trafegam em alta velocidade, durante o dia e a
noite, pelas duas grandes avenidas da cidade. Os moradores dessas ruas
estão sofrendo por conta dos grandes empresários que atuam nos
areeiros”, afirmou o promotor da comarca de Pilar, Aldenor Medeiros.
Há cerca de três meses a Câmara de Vereadores de Pilar aprovou o
projeto de lei, de autoria do vereador Wilton Pontual, que proibia o
tráfego de caminhões de areia por dentro da cidade. A lei foi sancionada
pela Prefeitura. No entanto, as empresas que atuam nos areeiros
recorreram à Justiça e a lei foi suspensa. Portanto, o trânsito dos
veículos pesados continua acontecendo dentro da cidade.
De acordo com o presidente da Câmara de Vereadores de Pilar, vereador
José Augusto da Costa, os moradores da entrada da cidade são os que
mais sofrem. “A poeira é muito grande, as crianças sofrem com alergias
respiratórias. Além disso, o calçamento das ruas principais estão
afundando, já que as caçambas são muito pesadas, com até 30 mil quilos.
As casas próximas estão com as paredes rachadas. Isso é um absurdo”,
afirmou.
O vereador destacou que antes da formulação da lei, moradores da cidade realizaram protestos contra o tráfego dos caminhões.
“Eles fecharam a rua para que os veículos não passassem. Os
vereadores entraram também nessa luta, aprovaram a lei por unanimidade,
mas a Justiça suspendeu”, disse José Augusto.
“As caçambas já passaram do limite e é preciso que elas passem por um
acesso alternativo que, inclusive, já existe. O Ministério Público,
como defensor da população e fiscal da lei, fez a sua parte. Ao meu ver,
o juiz equivocou-se ao suspender a lei, que é constitucional”, disse o
promotor Medeiros.
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