quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Caminhões que transportam areia prejudicam população

Além dos danos ambientais ocasionados pela retirada de areia do Rio Paraíba, o trafégo dos caminhões causam diversos transtornos.

 
Alta velociadade, poeira e danos do pavimento são principais reclamações dos moradores de Pilar

A população do município de Pilar, a 55 quilômetros de João Pessoa, está sofrendo com o fluxo de caminhões caçambas que carregam a areia retirada do rio Paraíba, diariamente. De acordo com moradores e autoridades, os caminhões transitam em alta velocidade, danificam as ruas e espalham poeira nas casas, prejudicando a saúde da população. Conforme estimativas de ambientalistas e moradores da região de Pilar, a cada dia são retirados em torno de 50 caminhões caçambas de areia. A maioria trafega por dentro da cidade.

Essa degradação do rio, com a retirada mecanizada de areia, foi denunciada pelo JORNAL DA PARAÍBA na edição do dia 4 de dezembro. Agora, a denúncia é quanto aos prejuízos ao patrimônio público e à saúde da população. “Os caminhões trafegam em alta velocidade, durante o dia e a noite, pelas duas grandes avenidas da cidade. Os moradores dessas ruas estão sofrendo por conta dos grandes empresários que atuam nos areeiros”, afirmou o promotor da comarca de Pilar, Aldenor Medeiros.

Há cerca de três meses a Câmara de Vereadores de Pilar aprovou o projeto de lei, de autoria do vereador Wilton Pontual, que proibia o tráfego de caminhões de areia por dentro da cidade. A lei foi sancionada pela Prefeitura. No entanto, as empresas que atuam nos areeiros recorreram à Justiça e a lei foi suspensa. Portanto, o trânsito dos veículos pesados continua acontecendo dentro da cidade.

De acordo com o presidente da Câmara de Vereadores de Pilar, vereador José Augusto da Costa, os moradores da entrada da cidade são os que mais sofrem. “A poeira é muito grande, as crianças sofrem com alergias respiratórias. Além disso, o calçamento das ruas principais estão afundando, já que as caçambas são muito pesadas, com até 30 mil quilos. As casas próximas estão com as paredes rachadas. Isso é um absurdo”, afirmou.

O vereador destacou que antes da formulação da lei, moradores da cidade realizaram protestos contra o tráfego dos caminhões.

“Eles fecharam a rua para que os veículos não passassem. Os vereadores entraram também nessa luta, aprovaram a lei por unanimidade, mas a Justiça suspendeu”, disse José Augusto.

“As caçambas já passaram do limite e é preciso que elas passem por um acesso alternativo que, inclusive, já existe. O Ministério Público, como defensor da população e fiscal da lei, fez a sua parte. Ao meu ver, o juiz equivocou-se ao suspender a lei, que é constitucional”, disse o promotor Medeiros.
  



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