Chuvas continuam a causar transtornos em JP.
Na comunidade Riacho da Bomba casas foram inundadas e famílias retiradas do local.
Nathielle FerreiraNo Parque Solon de Lucena, a Lagoa transbordou e os veículos tiveram dificuldades de transitar |
Pelo quarto dia consecutivo, os moradores de João Pessoa enfrentaram
transtornos causados pelas chuvas, que já estão acima da média e
ocorrendo em diversos pontos do Estado. Na capital, houve alagamentos em
comunidades carentes e famílias foram levadas às pressas para uma
escola pública. No Parque Solon de Lucena, a Lagoa transbordou e os
veículos tiveram dificuldades de transitar. Um carro quebrou no local,
quando tentava passar sobre os pontos alagados.
Na avenida Ayrton Senna, uma galeria pluvial cedeu em virtude da
pressão das águas e deu origem a um buraco que deixou parte do asfalto
instável. O trânsito teve que ser desviado e condutores que seguiam no
sentido Praia-Centro enfrentaram congestionamentos em vários trechos do
bairro de Mandacaru.
Na avenida Tancredo Neves, no trecho próximo à comunidade Rio da
Bomba, o asfalto cedeu e o tráfego foi interrompido. Hoje, o trânsito
deve voltar ao normal.
As chuvas ainda derrubaram cinco árvores na capital.
Em virtude dos problemas causados pelas chuvas, equipes de vários
órgãos da Prefeitura de João Pessoa permaneceram em alerta durante o dia
inteiro. Na manhã de ontem, técnicos da Autarquia Municipal Especial de
Limpeza Urbana (Emlur) e das Secretarias de Desenvolvimento Urbano
(Sedurb), do Desenvolvimento Social (Sedes) e da Defesa Civil Municipal
estiveram na comunidade Riacho da Bomba, localizada no Jardim 13 de
Maio, onde aproximadamente 20 casas foram invadidas pelas águas do rio
que margeia o local. Em alguns pontos, o nível da água subiu mais de 60
centímetros.
Seis famílias aceitaram sair do lugar e foram removidas, ainda
embaixo de chuva, para a Escola Estadual Padre José Coutinho, que fica
no mesmo bairro, e estava sem funcionar devido ao reordenamento escolar
feito pela Secretaria de Educação do Estado, este ano. Caminhões e
funcionários da Prefeitura fizeram a mudança.
No entanto, as 14 famílias que tiveram as casas alagadas se recusaram a sair da comunidade. “Já alertamos sobre os riscos.
Essas pessoas estão em casas precárias, feitas de taipa que podem
desabar a qualquer momento, mas elas nos disseram que só sairão daqui,
mortas”, disse o coordenador da Sedurb, Eloi de Brito.
Entre os moradores que aceitaram ir para um abrigo, estava a dona de
casa Alexsandra do Nascimento. Casada e mãe de dois filhos, a jovem
contou, com os olhos cheios de lágrimas, que foi surpreendida com a
enchente no meio da noite. “Ninguém dormiu.
A água molhou tudo e estou muito aperreada. Passei dois anos para
construir a minha casinha, agora, é muito doloroso ver tudo sendo
destruído, mas eu confio em Deus e sei que Ele vai me amparar”, disse.
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