sábado, 28 de janeiro de 2012

Trabalhadores revoltados expulsam areieiros do Rio Paraíba

Trabalhadores do assentamento Maravalha, em São Miguel de Taipu, a 55 quilômetros de João Pessoa, coordenadores da CPT - Comissão Pastoral da Terra -, e componentes do Fórum de Defesa do Rio Paraíba decidiram, por contra própria, expulsar os trabalhadores de duas empresas que retiravas areia do rio Paraíba, na área, ontem (19) no início da tarde, depois que descobriram que não havia licença para aquela atividade.

A informação é do deputado estadual Frei Anastácio (PT), que recebeu um relato completo da ação. Segundo ele, depois que os trabalhadores descobriram que a empresa com o nome Fazenda Oiteiro possuía uma licença da Sudema apenas para pesquisa e a outra empresa, Guanabara Mineração,se encontrava com uma licença vencida, fornecida pela prefeitura de São Miguel de Taipu, resolveram agir. As duas empresas são de Recife.

Quando soube da manifestação, o INCRA enviou representantes para realizar levantamento no local, por se tratar de uma área de assentamento. “O ouvidor agrário da autarquia, Cleofas Caju, disse que está tomando todas as providências legais para proteger o rio, na área de assentamento. A saída dos trabalhadores das duas empresas foi realizada sem reação.

“Os trabalhadores retiraram a draga da área e obrigaram os caminhões e caçambas carregados a devolverem a areia ao rio. Depois pediram que todos se retirassem da área.Foram cerca de 100 pessoas que, investigarem a situação, e resolveram fizer isso diante a inércia dos órgãos ambientalistas”, disse Frei Anastácio.

Exploração lucrativa
O parlamentar disse ainda que vem lutando para impedir essa retirada irregular de areia do rio há vários anos. “Já realizamos sessão especial na Assembléia Legislativa, entregamos documentos a vários órgãos públicos, na Paraíba e em Brasília, e estamos esperando agora que esses entes competentes façam sua parte”, relatou o deputado.

Frei Anastácio relatou que as duas empresas estavam retirando, por dia, 80 caçambas de areia e vendendo, cada uma, a R$ 100, o que representa uma renda de R$ 8mil por dia. “Havia gente enriquecendo a custa da vida do rio que estava sendo assassinado. Essa atividade predatória já era realizada há 10 anos. Mas, é preciso que os órgãos ambientalistas tomem se manifestem e tomem providências, porque esse era apenas uma das áreas do rio que estão sendo exploradas de forma ilegal”, assegurou.
  

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