Brita empilhada por empresa provoca nuvem de poeira que prejudica moradores em Cabedelo.
Angélica Nunes
Uma montanha de brita depositada à céu aberto às margens da BR-230, em
frente à rotatória que dá acesso à Mata do Amém, na estrada para
Cabedelo, Grande João Pessoa, estaria provocado uma série de transtornos
para comerciantes e moradores da região. A poeira que sobe com a
constante movimentação de caminhões e tratores, segundo a população,
gera problemas alérgicos, oftálmicos e respiratórios, sem falar nos
danos ambientais.
A dona de casa Silvana da Silva Santos, que mora há 8 anos nos fundos
do terrenos onde a usina de processamento da brita empilha o material,
utilizado na construção civil, reclama dos inúmeros transtornos causados
pela poeira. “Não há limpeza geral que dê jeito. Os móveis, o piso
vivem empoeirados”, comenta.
Para agravar ainda mais a situação, explica Silvana, o filho, de
apenas dois anos, está com graves problemas respiratórios, que ela
afirma serem decorrentes do ar contaminado com a poeira que se espalha
com o transporte da brita. “Ele sofre muito com a falta de ar, uma
rouquidão e reclama muito dos olhos, dizendo que ardem. O médico
acredita que deve ser da poeira da brita”, afirma.
Quem também reclama da sujeira provocada pela brita é a vendedora
Cláudia Roberta Laranjeiras, que trabalha há dois anos em uma loja de
móveis ao lado do terreno. “Por esses dias choveu e diminuiu um pouco,
mas geralmente a poeira chega a fazer uma neblina na estrada, causando
risco aos carros e pessoas que passam”, disse.
Segundo a vendedora, os comerciantes e moradores já fizeram um
abaixo-assinado para que a empresa fosse deslocada para uma área mais
apropriada, longe da movimentação urbana. “Estamos prejudicados por uma
empresa poluente, funcionando em área residencial e próximo à vegetação
nativa”, lamenta.
O secretário de Meio Ambiente de Cabedelo, Walber Marques, confirmou
que recebeu o abaixo-assinado e que, com base nele, a Prefeitura de
Cabedelo solicitou uma série de exigências à empresa, como instalar
aspersores para umedecer a brita, a fim de reduzir o nível de poeira.
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