Burocracia e lentidão para o início das obras de contenção da falésia do Cabo Branco têm aumentado ainda mais a degradação ambiental
Angélica NunesBurocracia e lentidão para o início das obras de contenção da falésia do Cabo Branco têm aumentado ainda mais a degradação ambiental de um dos principais cartões-postais de João Pessoa.
Desde a Praça de Iemanjá ao Farol do Cabo Branco, o acesso é cada vez
mais limitado, afastando turistas e moradores. Apesar do impacto
ambiental e econômico provocado pelo atraso, os órgãos competentes
continuam sem previsão para começo dos trabalhos.
O projeto foi apresentado pela Prefeitura Municipal de João Pessoa
(PMJP) no segundo semestre do ano passado, com previsão de início até o
final de 2011. O investimento, da ordem inicial de R$ 15 milhões, foi
garantido pelo Ministério do Turismo (MTur) e já se encontra em conta
corrente na Caixa Econômica Federal.
O projeto executivo de contenção da barreira do Cabo Branco prevê a
colocação de uma faixa de arrecifes semi-submersos na praia do Seixas e
na praia de Cabo Branco, na altura da Praça Iemanjá, além de uma
barragem feita de pedras fincadas na areia na base da falésia.
Entretanto, para que seja feito é necessário um Estudo e Relatório de
Impacto Ambiental (EIA/Rima) elaborado pela Superintendência de
Administração do Meio Ambiente (Sudema), o qual, segundo órgão, não há
previsão para entrega em curto prazo.
O engenheiro Willian Guimarães, que o técnico da Secretaria Municipal
de Planejamento (Seplan), responsável pela recuperação da falésia,
explicou que a demora diz respeito aos trâmites burocráticos para
adquirir a documentação necessária para liberação do projeto.
“Entregamos ofício ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (Iphan) para que encaminhasse ofício à Sudema para que eles
emitam a licença prévia a fim de que solicitemos a liberação dos
recursos na Caixa para só depois realizar licitação e dar início às
obras”, afirmou.
De acordo com o superintendente do Iphan, Umbelino Peregrino, a
documentação competente ao órgão já foi entregue à Sudema há algumas
semanas. Ele justificou que a lentidão no processo para início das obras
é natural e que ele está tramitando dentro do ritmo previsível para um
projeto dessa natureza. “A legislação ambiental exige uma licença para
instalação prévia, seguida de uma para instalação da obra e ainda outra
para a execução do projeto. Tudo isso leva tempo”, disse.
Segundo Umbelino Peregrino, após analisar a preservação da paisagem
cultural da região da Falésia do Cabo Branco, foram apresentadas algumas
ressalvas no sentido de agilizar a licença de operação. Contudo,
pondera ele, a expectativa é que em maio seja iniciado o processo de
licitação para imediato começo das obras.
Fonte
Nenhum comentário:
Postar um comentário