Publicado em 14/01/2012 as 08h00
Alberto Simplício
Todos os anos, quando chega o verão, a polêmica sobre o risco da barragem Engenheiro Ávidos, no município de Cajazeiras, no Sertão, se romper volta à tona. O manancial tem capacidade para armazenar 255 milhões de metros cúbicos (m³) de água, mas o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), órgão responsável pelo seu monitoramento, não permite que ela ultrapasse os 180 milhões de m³.
Tal fato, segundo os moradores da região, seria uma prova de que a
barragem não é segura e coloca em risco, principalmente, os moradores
das cidades de Sousa e Aparecida. Por determinação do Ministério Público
Federal, está sendo realizado, desde o ano passado, um estudo para
avaliar as reais condições estruturais do local.
Uma empresa especializada em geotecnia, contratada pelo Governo do
Estado, está concluindo as análises feitas na região e, segundo o
secretário do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos da Paraíba, João
Azevedo Lins Filho, no próximo mês será apresentado o relatório final.
Isso deverá ser feito em Brasília, numa reunião onde estarão presentes o
Ministério da Integração Nacional (MIN), o Dnocs e a Companhia de
Desenvolvimento dos Vales do São Francisco (Codevasf).
O secretário informou que a recuperação da “Engenheiro Ávidos” é
prioritária para o MIN, pois ela será uma das responsáveis por receber
as águas da transposição do Rio São Francisco. “Por isso, estaremos
apresentando esse relatório ao MIN, para que sejam feitas as mudanças
necessárias na barragem”, informou o secretário, que prefere não tecer
nenhum comentário sobre o resultado parcial da análise.
O engenheiro de Minas Catonho Braga Rolim, natural de Sousa, disse
que há cerca de dez anos estuda o manancial, tendo constatado o
surgimento de buracos, rachaduras, fendas e fissuras na estrutura. Ele
argumenta que o problema é causado pelo fato do açude ter sido
construído em uma área onde há uma falha tectônica. Ele acredita que
isso será confirmado pela empresa contratada para avaliar a situação.
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