25/01/2012 18h30
- Atualizado em
25/01/2012 18h42
Aldeia Flor d'Água fica no município do Conde, no Litoral Sul da Paraíba.
No total, são 16 nascentes com três delas represadas para o banho.
Visitantes se refrescam em piscina natural da Aldeia Flor d'Água (Foto: Julindio Macuxi/Divulgação) |
Três horas de passeio ecológico por um trilha com diversas plantas,
banho de argila e ainda paradas em três nascentes para refrescar o corpo
é o que o visitante vai encontrar na Aldeia Flor d'Água localizada no
município do Conde, no Litoral Sul da Paraíba. Durante o passeio, também
é possível encontrar animais como pássaros, macacos e até cobras.
Julindio Macuxi, guia turístico e proprietário de uma das 12 casas
localizadas nos 6 hectares da aldeia, acompanha os visitantes durante o
trajeto que conta com 16 nascentes. Os passeios só são feitos com
horário marcado, por isso é importante reservar com antecedência. A
partir das 6h, o neto de índio já está acordado para descer com o
primeiro grupo pela mata.
Julindio e visitante aproveitam duarante o banho de argila (Foto: Inaê Teles/G1) |
Na entrada da casa, que foi construída pelo próprio Julindio, as
sandálias são deixadas. Enquanto Julindio pinta cada um dos visitantes
com tirna (fuligem da panela de barro), é possível observar os detalhes
da casa. Garrafas de vidro dispostas na parede permitem que a luz do sol
entre na casa refletindo diversas cores. A escada é no estilo da mesma
da casa de Santos Dummont, só é possível subir começando pelo pé
direito.
Na cozinha, tem o Cantinho da Gertrudes logo embaixo da pia. Lá mora
uma aranha caranguejeira que já se tornou uma das atrações da casa. Um
outro detalhe interessante é que a casa não tem nem portas e nem
janelas.
Com a tribo reunida é hora de iniciar a trilha. É preferível descer
para o passeio vestido apenas com a roupa de banho e, se possível,
descalço. Já que depois do banho de argila fica difícil carregar
qualquer coisa sem melar e ainda é possível perder os calçados no
caminho, que tem lama em alguns trechos.
Na trilha ecológica Julindio ensina sobre a flora
(Foto: Milton Rosa/Divulgação) |
Na entrada da mata já é possível sentir o clima fresco e úmido.
Julindio vai fazendo algumas paradas ao longo da trilha para falar sobre
as propriedades medicinais de algumas plantas da mata. É importante
lembrar que durante o trajeto o visitante pode se deparar com cobras,
aranhas e outros animais silvestres.
No tronco da Munguba, uma árvore centenária da reserva, o neto de índio
convida todos a darem um abraço coletivo no tronco. Boa parte do
trajeto é feito às margens de nascentes e com o barulho da água correndo
em direção aos rios.
A próxima parada é para ouvir a natureza. Ao lado de mais uma nascente
Julindio pede para que todos se agachem e ouçam os pássaros. O som das
aves se mistura com o da água correndo e juntos proporcionam um dos
melhores momentos do passeio.
Banho de argila
Na preparação para o banho argila (Foto: Inaê Teles/G1) |
Um dos momentos mais esperado do passeio é o banho de argila. Nele cada
um dos visitantes pega um pouco da argila que se encontra próximo de
uma das nascentes e espalha por todo corpo.
Na visão popular a argila tem propriedades desintoxicante, mineralizante e antiinflamotoria.
Banhos
Primeiro banho da trilha (Foto: Inaê Teles/G1) |
A retirada da argila é feita no primeiro rio da trilha. Ele não é muito
profundo e por isso, dependendo do horário da visita, a água fica um
pouco quente.
O passeio pode ser feito com grupos de até 15 pessoas. É preferível ir
nos primeiros grupos do horário da manhã por conta do sol.
Segundo banho tem fonte (Foto: Inaê Teles/G1) |
O segundo banho acontece em uma pequena queda d' água. O local não é
tão extenso quanto o primeiro rio, mas a água é mais fresca.
A queda d'água faz uma massagem agradável no corpo e o difícil é se levantar para ir para o terceiro banho da trilha.
Terceiro banho dá até para 'surfar' no estilo de Julindio (Foto: Inaê Teles/G1) |
O terceiro é na verdade uma piscina natural que foi construída por
Julíndio que represou a água de uma das nascentes. A piscina natural é
mais profunda que o primeiro rio e a água é tão fresca quanto a do
segundo banho.
É importante o visitante levar o que for consumir porque o local não
dispõe de lanchonete. Na cozinha da casa de Julindio é possível preparar
as refeições. Caso os visitantes queiram dormir no local basta levar
uma barraca de camping ou se hospedar em uma das duas ocas localizadas
na aldeia.
O passeio é uma oportunidade de entrar em contato com a natureza e
ainda aprender um pouco mais sobre a fauna e flora brasileira.
Fonte
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