Alto índice de poluição nos rios urbanos, são fatores que contribuem para reduzir água potável no estado.
Angélica Nunes
“A água potável na Paraíba tem diminuído nos últimos anos. Os rios
urbanos são as maiores vítimas da ação do homem e da ineficiência dos
órgãos responsáveis pela manutenção da qualidade das águas da Paraíba”. O
alerta, no Dia Mundial da Água, é do vice-presidente da Associação
Paraibana dos Amigos da Natureza (Apan), Antônio Augusto Almeida.
Para o vice-presidente da Apan, a utilização de rios urbanos como
depositários de lixo e esgotos, a ausência de políticas de educação
ambiental eficazes para a população e de projetos para reuso da água,
são apenas alguns dos fatores que contribuem para o aumento dos níveis
de poluição de rios e mananciais da Paraíba.
“Em rios como o Jaguaribe, que corta vários bairros de João Pessoa, é
comum ver a população jogando entulho e lixo doméstico nos rios. A
própria Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa) mantém
emissários antigos e obsoletos, que despejam desejos nas águas do rio
Jaguaribe, sem falar na tubulação que constantemente se rompe”, disse.
No interior do Estado, conforme o vice-presidente da Apan, a situação
das águas não é muito diferente. “Muitas cidades que se desenvolveram
próximas a leitos de rios geralmente não possuem uma rede de tratamento
de esgoto e despejam o material nas águas”, afirmou. Até o fechamento
desta edição, a Cagepa não respondeu aos questionamentos a respeito do
lançamento de dejetos e lixo doméstico em rios, apesar de ter sido
procurada pela reportagem.
Contudo, a Cagepa, através do endereço eletrônico da Companhia,
informa que a empresa recolhe cerca de 9 toneladas (t) de lixo
mensalmente, apenas em João Pessoa. Diz ainda que atualmente só 22
cidades paraibanas possuem sistema de esgotamento para tratar os esgotos
domésticos. O objetivo do tratamento é remover o material sólido,
exterminar micro-organismos patogênicos e reduzir as substâncias
químicas indesejáveis da água.
AÇUDES
Quando se trata de açudes, pesquisa realizada pela Secretaria de
Recursos Hídricos, Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia (Serhmact), 2,5%
da água no Estado é imprópria para o consumo humano. A grande maioria
(97,5%) da água dos açudes monitorados na Paraíba poderiam ser
destinadas ao abastecimento público, depois de receberem o tratamento
adequado. Atualmente, a Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa)
monitora 121 açudes no Estado.
Conforme o diretor de Acompanhamento e Controle da Aesa, Porfírio
Catão, o último Índice de Qualidade das Águas (IQA), realizado em 2011
por técnicos da Superintendência de Administração do Meio Ambiente
(Sudema), mostrou que 4,5% dos açudes estão ótimos, 60% bons, 33% estão
aceitáveis no que se refere à qualidade da água, estando apenas 1,1% em
situação considerada ruim.
“Esta semana confirmamos a instalação de 69 postos de monitoramento
de qualidade da água na Paraíba, o que facilitará esse acompanhamento do
nível e qualidade da água”, ressaltou.
Fonte
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