Estudo mostra, que pelo menos 5,2 mil toneladas de lixo reciclável, estão deixando de ser aproveitados, gerando implicações econômicas.
Alberto Simplício
Desde que o lixão da Alça Sudoeste, em Campina Grande, foi desativado em
janeiro deste ano, todos os resíduos sólidos coletados na cidade,
incluindo os recicláveis, estão seguindo para o aterro sanitário de
Puxinanã. Levando em consideração as estimativas feitas através de uma
pesquisa de doutorado que estudou as implicações sociais, econômicas e
ambientais do lixo no município, é possível afirmar que pelo menos 5,2
mil toneladas de lixo reciclável estão sendo desperdiçadas mensalmente.
Nessa estimativa, estão contempladas apenas as cadeias produtivas dos
principais produtos recicláveis: plástico, metal, papel e vidro.
Entretanto, a professora da Universidade Federal de Campina Grande
(UFCG) responsável pelo estudo, Luíza Eugênia, diz que 55% do que é
coletado pelo serviço de limpeza urbana no município é lixo orgânico.
“Não podemos desprezar o lixo orgânico, que pode ser utilizado para
compostagem, sobretudo no nosso Estado, que enfrenta graves problemas de
desertificação”, explicou.
Segundo informações repassadas pela Secretaria de Serviços Urbanos e
Meio Ambiente (Sesuma), são coletados mensalmente em Campina Grande 16
mil toneladas de resíduos sólidos, incluindo os entulhos. O material,
que antes era despejado no lixão e coletado de maneira rudimentar pelos
catadores, há dois meses, segue integralmente para o aterro, onde o
acesso dos catadores é proibido.
O presidente da Cooperativa Cata Mais, José Wanderley, lamenta o fato
de os resíduos que poderiam se transformar em renda para várias
famílias de Campina Grande estarem sendo enterrados.
Lembra que a persistência dessa situação faz diminuir também a vida
útil do aterro, que deveria receber apenas materiais não recicláveis.
“A prefeitura disse que resolveria o problema em três meses, mas não temos nenhuma garantia quanto ao cumprimento desse prazo.
Já que não se pensou em uma alternativa para se reciclar o lixo logo
após o fechamento do lixão, esperamos que a coleta seletiva seja
organizada o mais breve e possa mudar a realidade dos catadores que
sobrevivem da coleta nas casas, ruas e terrenos baldios”, disse.
Ele falou que a Cata Mais pode contribuir para a efetivação da
política de coleta seletiva na cidade, por já possuir um trabalho
reconhecido na cidade e que, por falta de incentivos governamentais, a
cooperativa vem se enfraquecendo. Das 23 pessoas cadastradas, apenas 12
participam do projeto de coleta seletiva em seis bairros de Campina,
arrecadando de 12 a 15 toneladas de recicláveis por mês.
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