11/03/2012 09h24 - Atualizado em 11/03/2012 09h27
Obras da Cimentos Elizabeth em Alhandra deve começar em abril.
Mais de 50 operários já trabalham na preparação do terreno.
Do G1 PB
Obras da Cimentos Elizabeth em Alhandra deve começar em abril.
Mais de 50 operários já trabalham na preparação do terreno.
Do G1 PB
Projeto deve começar a sair do papel em abril deste ano (Foto: Divulgação) |
A instalação de uma fábrica de cimento na cidade de Alhandra, cidade do
Litoral Sul paraibano localizada a 48 km de João Pessoa, deve gerar
cerca de 1.600 empregos formais e aquecer a economia da região. A
Elizabeth Cimentos tem o objetivo de gerar 800 empregos na construção
civil apenas durante os dois anos previstos para a construção da
fábrica. Para o mesmo período, na montagem mecânica e elétrica, a
intenção é empregar uma média de 400 pessoas, podendo chegar a 1.200 no
último ano de obras.
Depois da inauguração da unidade, prevista para o começo de 2014, a
estimativa é que a fábrica tenha 400 funcionários diretos e 1.200
indiretos. As informações são do coordenador de projetos da Elizabeth,
Degmar Diniz. Segundo ele, como o grupo é paraibano, será priorizada a
mão-de-obra local, principalmente das cidades de Alhandra, onde fica
localizada a fábrica, e Pitimbu, onde está a jazida.
“Vamos trabalhar na capacitação da mão-de-obra do povo da região e já
estamos firmando parcerias com o Senai-PB [Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial na Paraíba] e o IFPB [Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba]”, garantiu o coordenador. A
previsão do grupo é que a folha de pagamento mensal seja de R$ 1 milhão.
Emprego foi a primeira oportunidade para Geilton em quatro anos (Foto: Krystine Carneiro/G1) |
O grupo está aguardando a licença da Superintendência de Administração
do Meio Ambiente (Sudema), que deve sair até abril, para iniciar as
obras. Porém, no local já trabalham 57 funcionários preparando o terreno
para receber a estrutura da fábrica, todos moradores da região.
Geilton de Santos, de 29 anos, é um deles. O jovem está na equipe desde
o primeiro dia de trabalhos no terreno, no início de dezembro, e
explicou que essa foi a primeira oportunidade de emprego que teve desde
2008. “Eu trabalhei cinco anos como operador têxtil em uma fábrica, mas
tive que sair pra ajudar meu pai depois da morte da minha mãe. Ainda fiz
alguns bicos como marceneiro, mas esse trabalho veio em boa hora, com
carteira assinada”, declarou.
Assim como a maioria da população da região, a família de Geilton
trabalha com agricultura e também está se beneficiando com o Mercado
Agrícola instalado pelo Grupo Elizabeth na cidade. “O mercado vai dar
mais valor ao nosso produto porque vamos poder vender sem
intermediários”, disse o trabalhador, cuja propriedade da família
cultiva produtos como inhame, batata, macaxeira e feijão.
Duda nunca teve carteira assinada antes (Foto: Krystine Carneiro/G1) |
O mercado também deve ajudar à família de Severino Filho, de 40 anos,
mais conhecido como Duda, que é morador da Zona Rural de Alhandra e
começou a trabalhar nos serviços gerais da fábrica de cimentos no dia 5
de março. Duda sempre trabalhou na agricultura na propriedade do pai.
Com 40 anos de vida, esse emprego é sua primeira oportunidade com
carteira assinada. “Sou pai de cinco filhos e essa vai ser uma grande
melhora pra eles. Quero me aposentar nessa firma em nome de Jesus”,
compartilhou Duda.
Para melhorar os serviços da cidade em que a fábrica será instalada, o
Grupo Elizabeth vai levar um posto policial e um de saúde para Alhandra,
além de reformar e ampliar a escola da região e asfaltar a estrada que
liga a unidade fabril à PB-034, um trecho de cerca de 10 km segundo o
coordenador de projetos Degmar Diniz. O investimento total no projeto
está estimado em 300 milhões e a fábrica terá a capacidade de produzir 1
milhão de toneladas de cimento por ano.
Para Degmar Diniz, poluição no aspecto visual será praticamente zero (Foto: Krystine Carneiro/G1) |
O Grupo Elizabeth recorreu à tecnologia para reduzir a quase zero a
emissão de poluentes da nova fábrica no meio ambiente. Segundo Degmar
Diniz, o uso de filtros de mangas, um equipamento importado da Índia,
será possível retirar 99,998% dos materias particulados da corrente
gasosa. “Na questão visual eu diria que é poluição zero. Tecnicamente
não existe nada zero, mas esse número está abaixo das normas mais
exigentes do mundo”, revelou.
Degmar, que além de coordenador de projetos da Elizabeth também é
engenheiro químico, explicou que o filtro de mangas é um exaustor em que
o ar atravessa uma espécie de saco de malha com microporos. “As malhas,
chamadas de mangas, são extremamente finas e as partículas ficam presas
a elas. Tudo que ficar retido volta para a produção”, descreveu.
Não queremos deixar nenhum passivo ambiental para a população e nem para a prefeitura"- Degmar Diniz, coordenador de projetos
Todo o lixo produzido pela fábrica ainda deve ser reciclado e o que não
puder passar pela reciclagem será coprocessado. O grupo também
prentende recuperar a área e fazer um replantio de espécies de Mata
Atlântica no local. “Aquela área já foi toda antropizada, a ação humana
já destruiu tudo. Não queremos deixar nenhum passivo ambiental para a
população e nem para a prefeitura”, disse Degmar Diniz.
Técnicos da empresa fizeram uma pesquisa de dois anos para analisar o
desempenho de equipamentos de várias marcas de diferentes países para
reunir as máquinas que tivessem melhor rendimento com o mínimo de lesão
ao meio ambiente. Foram adquiridos equipamentos da Itália, Alemanha,
Índia, Tailândia e China que já estão a caminho do Brasil.
Com essas máquinas, Degmar explicou que será possível reduzir o consumo
de energia elétrica e térmica na produção do cimento. Segundo ele, o
normal é que se trabalhe usando de 115 a 125 quilowatt-hora (kWh) por
tonelada de cimento. A Cimentos Elizabeth pretende reduzir isso e
trabalhar abaixo de 90kWh. Em relação à energia térmica, é comum que as
fábricas consumam de 815 a 830 quilocalorias (kcal) por quilo de
clinquer, a matéria-prima do cimento. A intenção do grupo é trabalhar
com, no máximo, 750 kcal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário