Economia,
domingo, 11/03/2012
domingo, 11/03/2012
Jandiara Soares, Lígia Coeli e Cícero Araújo
Os gastos residenciais dos paraibanos com energia elétrica crescem uma média de 30% no verão, com o aumento do consumo por causa do calor. Nos meses de dezembro de 2011, e janeiro e fevereiro de 2012, o aumento dos gastos foi de 29,41%, em comparação com os meses de junho, julho e agosto do ano passado, de acordo com a Energisa Paraíba. O valor médio registrado no período de pico de consumo de energia foi de R$ 154 milhões, contra os R$ 119 milhões do período de baixo consumo. O calor também provoca um aumento médio de 35% nas vendas de ventiladores e aparelhos de ar condicionado nas lojas, enquanto nos bares e lanchonetes, as vendas de bebidas dobram.
Os gastos residenciais dos paraibanos com energia elétrica crescem uma média de 30% no verão, com o aumento do consumo por causa do calor. Nos meses de dezembro de 2011, e janeiro e fevereiro de 2012, o aumento dos gastos foi de 29,41%, em comparação com os meses de junho, julho e agosto do ano passado, de acordo com a Energisa Paraíba. O valor médio registrado no período de pico de consumo de energia foi de R$ 154 milhões, contra os R$ 119 milhões do período de baixo consumo. O calor também provoca um aumento médio de 35% nas vendas de ventiladores e aparelhos de ar condicionado nas lojas, enquanto nos bares e lanchonetes, as vendas de bebidas dobram.
Segundo dados da Energisa Paraíba, o consumo residencial médio de energia elétrica salta de 291 GW/h para 374 GW/h, durante os meses de maior calor, chegando a ser 28,52% superior aos meses em que são registradas temperatura mais amenas. Segundo a assessoria de imprensa da empresa, o aumento no consumo de energia é resultado do crescimento do uso de equipamentos, como os aparelhos de ar condicionado e o ventilador. A empresa também afirma que a queda do consumo é gradativa, havendo, no mês de março, o último do verão, um índice alto de consumo de energia elétrica.
No comércio, o calor aumenta em 35% a venda de ventiladores e aparelhos de ar condicionado. “Já chegamos a vender 100 unidades em um único dia. Lembro que já chegou a faltar ventilador na cidade, por isso sempre reforçamos o nosso estoque desde o mês de novembro”, comenta o gerente de uma loja de eletrodomésticos na Avenida Padre Meira, em João Pessoa, Flávio Del Monte.
Segundo ele, os ventiladores são mais procurados que os condicionadores de ar. Os mais vendidos são os de 30 centímetros, que custam, em média, R$ 45, mas os mais procurados são os de 40 centímetros com a função turbo, que custam, em média, R$ 140. “Ainda temos muitos ventiladores de 30 centímetros porque preparamos bem o estoque, mas os de 40 já acabaram todos”.
Já o gerente de outra loja de eletrodomésticos no centro da cidade, Claudimar Gomes, também diz que as vendas dos produtos crescem 35%. Mas ele destaca outro produto que vem se tornando campeão de vendas na empresa, o climatizador. “O aparelho não resfria como o de ar condicionado, mas deixa um clima mais agradável que o ventilador”.
Venda cresce com lançamentos
O presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Campina Grande (CDL-CG), Tito Mota, explica que, além das promoções, o lançamento de produtos mais modernos impulsiona as vendas de eletrodomésticos. “É normal que aconteça o crescimento na compra de ventiladores e aparelhos de ar-condicionado. Depois das promoções, lançam-se novas linhas de condicionadores de ar, novos modelos e, com isso, as vendas são estimuladas tanto pelas tecnologias mais avançadas dos produtos, como pela necessidade climática”, afirma ele.
“As vendas de ventiladores e condicionadores de ar cresceram 5% neste começo de mês em relação a fevereiro” explica o gerente de uma loja do ramo em Campina Grande, José de Assis. No mês passado o estabelecimento que ele gerencia, localizado no centro da cidade, vendeu 200 ventiladores, somente de uma marca que estava em promoção. “Essa venda foi de um dos pontos de venda, mas há outros 16 no Estado”, explica.
A consumidora Zuleide de Sousa Farias diz que não abre mão do ventilador para amenizar o calor de sua casa. “Minha casa é muito quente. Tem dias que nem os ventiladores dão conta de tanto calor, e é preciso buscar alguma sombra na rua. Por causa do excesso de consumo de energia com os aparelhos, a conta da Energisa aumenta em torno de 20%”, conta Zuleide.
Verão reduz clientela nas lojas
O comércio de Patos tem registrado uma redução do número de clientes nos horários de temperaturas mais altas, com média de 38 graus. Para amenizar o problema, as lojas investem em climatização para dar mais conforto aos clientes, instalando centrais de ar condicionado ou, ao menos, ventiladores.
Uma rede de farmácias na cidade está instalando central de ar condicionado em suas unidades para amenizar as temperaturas. A unidade da Rua Pedro Firmino, em Patos, passou por uma reforma, havendo a instalação do sistema. O proprietário das unidades da franquia na cidade, Neilton Neves, vai fazer o mesmo na loja da Rua Solon de Lucena. “Queremos facilitar o trabalho dos funcionários e proporcionar um ambiente mais agradável aos clientes em tempos de altas temperaturas”, diz ele.
Segundo o gerente de uma unidade de uma rede paraibana de eletrodomésticos, no Centro de Patos, Sergiano Monteiro, a loja vem disponibilizando água e refrigerante para clientes e funcionários para amenizar o calor. Ele destacou, ainda, que as vendas de ventiladores tiveram um aumento de 17%, enquanto as dos aparelhos de ar condicionado aumentaram em torno de 20%.
De acordo com a Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (Aesa), as temperaturas médias nas maiores cidades do Estado variam de 27 °C a 31 °C, em João Pessoa, de 21 °C a 31 °C, em Campina Grande, e de 32 °C a 38 °C, em Patos. “A sensação térmica pode variar mais, porque o calor sentido a 30 °C em um campo aberto é diferente do que é sentido em um centro urbano cheio de asfalto e edificações”, diz a meteorologista Marli Bandeira.
Mais gastos com combustível
A estação mais quente do ano pode resultar em gastos inesperados e até mesmo prejuízos no orçamento, que podem ser verificados nas contas de energia, ou nos custos com combustível. É o caso do taxista Rosivaldo Cabral, de Campina Grande, que paga até R$ 200 a mais em combustível devido à utilização constante do ar condicionado.
“Em dias normais, sem usar tanto o aparelho, eu uso 10 litros de álcool. Mas nessa época do ano os clientes só querem andar se tiver ar condicionado, então o gasto sobe para 15 litros de álcool por dia”, explica o taxista. Segundo ele, os três primeiros meses do ano representam reajustes no faturamento. “É um gasto a mais, mas se um taxista hoje não usa ar-condicionado para oferecer ao cliente, ele perde a corrida e o prejuízo é maior”.
A empresária Geovana Dias diz que, em sua casa, a conta de energia chega a ficar R$ 80 mais cara. “Nós gastamos muito mais no verão. Abrimos mais a geladeira, o freezer, cozinhamos mais pratos gelados, sem contar os ventiladores ligados noite e dia. O gasto de água também é muito maior. Bebemos mais água, sujamos mais copos, tomamos mais banho. É um aumento significativo”.
Consumo de bebidas aumenta
Nas ruas, nos bares e lanchonetes de João Pessoa, as vendas de bebidas aumentam até 200%. O vendedor ambulante José Milton Queiroz diz que as vendas de água mineral durante os dias mais quentes chegam a aumentar 50%. As vendas de picolé não aumentam tanto, porque tem muita concorrência, mas a água vende muito”, diz o ambulante. O vendedor de água de coco Pedro Rodrigues diz que as vendas chegam a aumentar em 200% nos dias de sol intenso. “Geralmente eu vendo 40 cocos, mas em um dia como hoje, chego a vender 120”, diz.
Já Francisco de Assis, que comercializa salada de frutas há vinte anos no centro de João Pessoa, diz que em dias quentes vende, em média, 170 copos de salada, contra a média de 120 dos dias mais amenos.
A gerente de uma lanchonete na Avenida Treze de Maio, Cassiana Gomes, afirma que as vendas de bebidas chega a dobrar. Segundo ela, nessa época, as pessoas pedem água antes de realizar qualquer pedido de comida.
Desconforto
De acordo com a diretora de uma empresa otimização energética na construção, Ana Limongi, o calor é responsável por uma série de mudanças de hábitos e deixa os indivíduos mais cansados, com falta de ar, e sonolência, o que pode causar letargia e reações alérgicas, resultando em uma queda de produtividade.
“Quando a pessoa fica fora do que chamamos ‘zona de conforto térmico’, o corpo entra em um processo de estresse e seu organismo passa a desprender um maior esforço para se adaptar a uma condição adequada, provocando, uma queda de rendimento no trabalho”, explica Ana Limongi.
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