No dia 28 de março de
2012, eu caminhei dentro da mata ciliar (ou falta dela) às margens do
Rio Espinharas na companhia do policial militar João Batista Gomes dos
Santos. Betinha nos deixou na ponte do contorno da BR230 um pouco depois
das 06.00 horas, e apesar de mil cercas de arame farpado, conseguimos
realizar a nossa expedição, passando debaixo das pontes do Juá Doce, São
Sebastião (ferroviária e rodoviária) e Salgadinho, ainda passando pela
granja de Luiz Guedes até perto do centro de Patos.
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Encontramos tudo menos água limpa! O
mau cheiro da água ainda permanece nas minhas narinas. Encontramos
sofás, geladeiras, pneus, bicicletas, malas, garrafas e todos os tipos
incontáveis de lixo. Também encontramos cavalos de raça, vacas leiteiras
de alta qualidade, muitos porcos, gansos, inúmeros esgotos
clandestinos, faculdades e até casas com guaritas dentro do rio, além de
desmatamento, aterramento e construção ilegais em andamento.
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Milagrosamente, no meio deste descaso
e poluição, enfatizo a resistência da natureza criada por Deus que vi e
fotografei. Flores selvagens, aves de mais de 20 espécies, cágados,
tejus, lagartixas e um bosque lindo ainda sobrevivente (até quando?) no
leste do rio ao sul da ponte do Rivaldão.
Rio Espinharas, Patos (PB). |
Proposta para 2012:
que o Secretário Municipal do Meio Ambiente, a Sudema e o Ibama
implementam uma suspensão imediata em todas as obras e ações nas áreas
pertencentes à União e monitorem, imediatamente, toda a área do Rio
Espinharas no Município de Patos. Precisamos evitar que o estado do Rio
Espinharas piore ainda mais este ano.
Proposta para pré-candidatos para 2013 em diante:
que cada candidato se comprometa, publicamente e por escrito, a salvar o
nosso rio. É perfeitamente possível porque cidades muito maiores já
salvaram os seus. Pedimos para que todos os candidatos se comprometam a
fazer obras de saneamento básico que evitem o despejo de esgotos no rio;
que restaurem e salvem todas as matas ciliares do rio; que proíbam, de
fato, construções ilegais; que criem trilhas de dois metros de largura
(uma mais baixa para a seca e outra mais alta para o inverno) para que a
população possa caminhar livremente à beira do rio; que façam um
mutirão para tirar todo o lixo do rio. Assim, o Rio Espinharas poderia
se tornar uma opção de lazer no Município e invés da vergonha atual se
transformar numa atração turística. Isto é possível e tenho certeza que
Deus e o povo querem.
Pr. John Medcraft
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