domingo, 18 de março de 2012

Extração do minério é remota

 
 

Enquanto as reservas naturais nos polos já explorados de urânio bruto continuarem fornecendo matéria-prima suficiente para manutenção do programa do governo federal de energia nuclear, nas Usinas de Angra, para o engenheiro nuclear José Araújo, do Departamento de Energia Nuclear (DEN), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), as chances de exploração das jazidas em São José de Espinharas são remotas.

 “Por enquanto acho difícil que precise explorar urânio na Paraíba.

Mas, se isso acontecer, deverá provocar uma revolução, já que grandes pontos de incidência do minério estão em áreas residenciais e em prédios públicos, como praças, igreja, cemitério. Todos teriam que sair, pois a radioatividade provocada durante a extração é extremamente prejudicial à saúde”, comenta o cientista.

Por suas reservas, compete apenas com as jazidas de Poços de Caldas (MG) e Lagoa Real (BA) que fornecem o urânio necessário ao funcionamento das usinas nucleares Angra 1 e Angra 2, no Rio de Janeiro, e com a de Itatiaia (CE), considerada, atualmente, a maior do Brasil.

PESQUISAS ANTIGAS
Quem conhece de perto a história das pedras de urânio nas terras de São José de Espinharas é o agricultor aposentado Heleno Celestino, 82 anos. Ele conta que um grupo de estrangeiros esteve na cidade por volta de 1975 recolhendo pedras na região do Espinharas. “O grupo de estrangeiros, que era um indiano, um alemão e um japonês, entrou no meu sítio vasculhando as pedras. Eu não entendia nada do que eles diziam”, conta.

Logo o agricultor ganhou a confiança do grupo e, por intermédio de um motorista, que falava português, passou a colaborar com a exploração. “Eles foram embora e meses depois retornaram pedindo que eu arrumasse outras pessoas para ajudar no trabalho. Em pouco tempo tinha umas 70 pessoas trabalhando e ‘correu’ um bom dinheiro para a gente”, afirma.


 

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