Angélica Nunes
Enquanto as reservas
naturais nos polos já explorados de urânio bruto continuarem fornecendo
matéria-prima suficiente para manutenção do programa do governo federal
de energia nuclear, nas Usinas de Angra, para o engenheiro nuclear José
Araújo, do Departamento de Energia Nuclear (DEN), da Universidade
Federal de Pernambuco (UFPE), as chances de exploração das jazidas em
São José de Espinharas são remotas.
“Por enquanto acho difícil que precise explorar urânio na Paraíba.
Mas, se isso acontecer, deverá provocar uma revolução, já que grandes
pontos de incidência do minério estão em áreas residenciais e em
prédios públicos, como praças, igreja, cemitério. Todos teriam que sair,
pois a radioatividade provocada durante a extração é extremamente
prejudicial à saúde”, comenta o cientista.
Por suas reservas, compete apenas com as jazidas de Poços de Caldas
(MG) e Lagoa Real (BA) que fornecem o urânio necessário ao funcionamento
das usinas nucleares Angra 1 e Angra 2, no Rio de Janeiro, e com a de
Itatiaia (CE), considerada, atualmente, a maior do Brasil.
PESQUISAS ANTIGAS
Quem conhece de perto a história das pedras de urânio nas terras de São José de Espinharas é o agricultor aposentado Heleno Celestino, 82 anos. Ele conta que um grupo de estrangeiros esteve na cidade por volta de 1975 recolhendo pedras na região do Espinharas. “O grupo de estrangeiros, que era um indiano, um alemão e um japonês, entrou no meu sítio vasculhando as pedras. Eu não entendia nada do que eles diziam”, conta.
Quem conhece de perto a história das pedras de urânio nas terras de São José de Espinharas é o agricultor aposentado Heleno Celestino, 82 anos. Ele conta que um grupo de estrangeiros esteve na cidade por volta de 1975 recolhendo pedras na região do Espinharas. “O grupo de estrangeiros, que era um indiano, um alemão e um japonês, entrou no meu sítio vasculhando as pedras. Eu não entendia nada do que eles diziam”, conta.
Logo o agricultor ganhou a confiança do grupo e, por intermédio de um
motorista, que falava português, passou a colaborar com a exploração.
“Eles foram embora e meses depois retornaram pedindo que eu arrumasse
outras pessoas para ajudar no trabalho. Em pouco tempo tinha umas 70
pessoas trabalhando e ‘correu’ um bom dinheiro para a gente”, afirma.
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