Reserva particular de mais de 200 hectares, preserva espécies raras de árvores e pássaros.
Alberto Simplício
Quando se fala em desmatamento no Brasil, automaticamente a imagem da
floresta amazônica sendo devastada vem à mente. A imagem da Caatinga
passa despercebida, pois é difícil imaginar a vida florescer através do
verde e dos animais selvagens, em um cenário que em alguns períodos do
ano é cinza.
A devastação da área que ocupa praticamente todo o território
paraibano vem sendo contínua, com uma média de mais de 40 mil hectares
por ano, segundo o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama). Por
isso, em meio a essa triste realidade, a persistência e a
conscientização ambiental de um proprietário rural acaba se destacando
no Estado.
O empresário Ivandro Cunha Lima, 80 anos, proprietário da Fazenda
Caiçara, que fica a 5 quilômetros da cidade de Campina Grande, preserva
há 40 anos mais de 200 hectares, que compõem a maior reserva particular
da região. “Eu nasci no campo e a lembrança da natureza na minha
infância e na adolescência é algo que carrego comigo. Por isso, faço
questão de preservar a mata branca, que em muitos locais do Estado já
não existe”, disse.
O ambientalista Roberto Almeida, coordenador da Superintendência do
Meio Ambiente em Campina Grande e diretor da Associação de Proteção
Ambiental (Apam), diz que a área possui uma riqueza imensurável e
preserva espécies raras da Caatinga. “Muitas das árvores existentes na
reserva, que fica em uma região de transição entre o Cariri e o Agreste,
dentro de pouco tempo não serão mais conhecidas, pois estão em processo
de extinção.
Lá, essas são preservadas para o futuro”, afirma.
Entre as árvores que existem no local estão barrigudas, cedros, ipês,
aroeiras, cactos de todos os tipos, pereiros, caibreiras, angicos,
juazeiros baraúnas e umbuzeiros.
“Devido à proximidade com a zona urbana, a diversidade de animais é
menor, mas ainda é possível encontrar uma grande variedade de pássaros,
como a cajaca de couro, o concriz e o galo de campina. Também não faltam
bichos como tatu, camaleão, preá e cobra”, detalhou Ivandro Cunha Lima.
A diversidade preservada da Fazenda Caiçara vem sendo aproveitada como laboratório na realização de pesquisas envolvendo a Caatinga.
O ambientalista Roberto Almeida diz que o local é um dos poucos onde é possível vivenciar o bioma plenamente preservado.
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