Mais de dois mil animais silvestres foram apreendidos no estado só no primeiro trimestre, aves lideram número de apreensões.
Angélica Nunes
Mesmo com a fiscalização rotineira do Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o comércio
clandestino e a criação ilegal de animais silvestres ainda ocorre em
grande quantidade na Paraíba. Segundo informações do Ibama, apenas nos
três primeiros meses deste ano, cerca de dois mil animais silvestres
foram recebidos pelo Centro de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama no
Estado. Na lista estão incluídos animais ameaçados de extinção.
O maior número de apreensões referentes a tráfico de animais
realizadas pelo Ibama no Estado, entretanto, ainda é de aves, como
curió, canário-da-terra, galo-da-campina, cardeal,
pintassilgo-do-nordeste. Também é comum a apreensão, pela fiscalização,
de psitacídeos, como as araras, papagaios e maracanãs. Entre os répteis,
destacam-se as espécies de jabutis e cágados, e entre os mamíferos, os
primatas. Quanto à caça, na Paraíba, os animais mais encontrados no
combate a este crime ambiental são as avoantes e o tatu-peba.
Do total de animais levados para tratamento no Cetas, conforma
explica o chefe de fiscalização do Ibama, Rodrigo Escarião, nem todos
são provenientes de operações para coibir o tráfico de animais
silvestres. “Alguns são doados por pessoas que reconhecem que o animal
não está adaptado ao ambiente doméstico ou levado por pessoas por terem
sido encontrados em locais longe de seu habitat natural”, afirma.
Segundo o Ibama, a Paraíba faz parte da rota do tráfico de animais no
Brasil, e é também uma das áreas onde ocorre a captura dos espécimes
visados pelos traficantes. Regiões como o Sertão, Curimataú e Cariri são
algumas das mais problemáticas.
“Há também o problema do comércio de animais silvestres em feiras
livres nas cidades e nas rodovias. O grande volume da venda, contudo, é
feito através de negociação direta entre traficante e consumidor. Nesses
casos, somente com denúncias”, explicou.
Os animais apreendidos são encaminhadas ao Centro de Triagem de
Animais Silvestres do Ibama na Paraíba, onde passam por avaliação e
recebem cuidados. Após um período de quarentena, é avaliada a
possibilidade de reintrodução dos animais na natureza.
O Ibama alerta que a manutenção de animais silvestres em cativeiro
sem autorização da autoridade ambiental competente é crime ambiental. Os
responsáveis por cativeiros ilegais, além de serem autuados pelos
agentes ambientais federais do Ibama, terão seus casos encaminhados ao
Ministério Público para o encaminhamento de ações criminais na Justiça.
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