11/08/2012 - 06h51
Nos
últimos anos, o trânsito na Cidade de Campina Grande tem apresentado
alguns pontos com elevado nível de congestionamentos, principalmente nos
horários de pico. Além da falta de um plano de mobilidade, o aumento
considerável da frota de veículos particulares é um dos motivos que
provocam o trânsito lento, quase parando.
De acordo com os dados do DETRAN Paraíba,
a frota de carros nas ruas de nossa cidade cresceu 165% nos últimos 11
anos. Até junho passado, o órgão registrava 130.746 veículos motorizados
com placas de Campina Grande. Tendo o mês de junho como referência, o
crescimento da frota local entre os anos de 2011 e 2012, o índice
de crescimento foi de 8,67%, enquanto que nos doze meses do ano passado a
evolução foi de 9,41%.
Na contramão de uma lógica de mobilidade, a aposta pelos automóveis tem sido uma opção preferencial em todo o mundo. O preço dessa escolha pode ser visto nos engarrafamentos que a cidade enfrenta todos os dias, com suas ruas sem estruturas para receber o tamanho dessa frota, que leva a população a perder, diariamente, cerca de 30% do seu tempo nos congestionamentos.
Em Campina Grande, um dos setores que mais sofre com os congestionamentos são os usuários de transporte públicos. Diariamente, a frota de ônibus urbano transporta em média 100 mil passageiros, segundo o SITRANS - Sindicato das Empresas de Transportes Públicos por ônibus. Um dos pontos que apresenta maior lentidão, é o trânsito da avenida canal. Segundo o Diretor Institucional do SITRANS, nos horários de maior movimentação, os ônibus demoram cerca de 18 minutos para fazer o trajeto entre o prédio da FIEP até a chegada na parada localizada defronte a Arca Catedral. “Esse percurso antes era feito em 5 ou 7 minutos” lembra com preocupação o diretor institucional do SITRANS, Anchieta Bernardino.
Na opinião do dirigente empresarial, não há como melhorar a qualidade do trânsito de uma cidade, se não for levada em conta a importância do transporte público para o deslocamento das pessoas. Ele defende, como condição urgente, a implantação devias exclusivas para ônibus. “Com fiscalização e a criação desses corredores seletivos a fluidez dos ônibus será feita sem problemas, dentro do tempo definido para as rotas, permitindo que os usuários tenham um serviço com mais qualidade”. Segundo Anchieta o transporte público não pode ser visto como o vilão dos problemas. “É preciso que o passageiro tenha a garantia de que usando o ônibus ele chegará no seu destino no horário programado”. Mas essa condição, segundo ele, só quem pode criar é o município.
Fórum discute propostas para melhorar a mobilidade urbana. Para contribuir com propostas e soluções para a mobilidade urbana de Campina Grande, a sociedade civil organizada do município, através da Associação Comercial, CDL, FIEP e SITRANS, está promovendo um Fórum Permanente sobre Mobilidade Urbana, que no próximo dia 17 estará realizando sua segunda plenária. O fórum tem reunido especialistas, gestores municipais, vereadores, técnicos do Ministério das Cidades e representantes de segmentos sociais, das categorias de usuários de ônibus,para discutir propostas de melhorias para o trânsito, inclusive, indicando fontes de recursos para financiar projetos públicos nessa área.
Na plenária do próximo dia 17, a partir das 08 horas, na sede da FIEP, dois temas estarão sendo apresentados. O primeiro deles será com tema: “Mobilidade Urbana e a Responsabilidades dos Municípios - aspectos legais”, que será apresentado pela engenheira civil em mestre em transporte público, Valeria de Castro Costa Barros.No segundo painel a temática será “As novas tecnologias e os benefícios da Integração Tarifária Regional”, que será apresentado pelo Diretor Comercial da empresa Transdata Smart, Devanir Magrini.
A Transdata Smart é a empresa responsável pela tecnologia usada na bilhetagem eletrônica dos ônibus que fazem o transporte público de passageiros em nossa cidade.
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