quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Demolição de casas em Campina Grande gera protesto de moradores

29/08/2012 15h16 - Atualizado em 29/08/2012 15h16

Justiça quer que casas sejam demolidas por ficarem perto de linha férrea.
Cerca de 100 famílias moram no local em que demolições acontecerão.

 
Do G1 PB

Moradores queimaram pneus durante protesto (Foto: Giáconys Ribeiro/TV Paraíba)
Moradores queimaram pneus durante protesto
(Foto: Giáconys Ribeiro/TV Paraíba)
A 9ª Vara da Justiça Federal da Paraíba concedeu uma ação de reintegração de posse à empresa ferroviária Transnordestina e determinou a demolição de sete casas em Campina Grande, no Agreste da Paraíba. Moradores se reuniram e realizaram um protesto na manhã desta quarta-feira (29) para reivindicar que a decisão seja revogada e as residências não sejam destruídas.

As residências ficam distribuídas em duas ruas do bairro do Tambor, Rua Nova e Rua 24 de Maio. A autorização para derrubá-las prevê que os moradores deixem as casas e que elas sejam demolidas na segunda-feira (3). A justificativa para o mandado de reintegração de posse é de que as moradias tomaram um espaço privado já que foram construídas a menos de 15 metros da linha férrea que corta a cidade. A legislação exige pelo menos 15 metros de distância.

Ainda de acordo com a decisão da Justiça, mais famílias terão os imóveis desapropriados e eles serão demolidos até o fim do processo. A comerciante Ilza Rodrigues é dona de uma das casas que devem ser demolidas. "Não sei o que vamos fazer. Não temos para onde ir", alegou. Já a dona de casa Antônia Silva mora há 55 anos no mesmo local e reclamou. "Criei os filhos e os netos e não sei morar em outro lugar", disse.

Cerca de cem famílias moram nas duas ruas. Eles se juntaram para protestar e a comunidade colheu assinaturas na tentativa de recorrer à justiça e evitar as demolições. Eles queimaram pneus e bombeiros precisaram apagar as chamas. Eles ameaçam destruir parte da linha férrea caso a medida seja mantida.

A defensora pública Diana Freitas Andrade, que está auxiliando juridicamente as famílias que estão sendo obrigadas a deixar os imóveis, disse que a decisão atinge uma minoria e que não atende o interesse público. Já o departamento jurídico da empresa Transnordestina não quis se pronunciar sobre o caso, mas adiantou que a medida tem o objetivo de evitar possíveis acidentes.


 

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