Givaldo Cavalcanti
O trabalho de homens e mulheres de Campina Grande que retiram o sustento
dos objetos que são reaproveitados do lixo já esteve mais fácil.
Após os primeiros sete meses de reciclagem este ano, os catadores
apontam uma redução de 50% do que pode realmente ser reciclado, isso
causou uma diminuição no volume de venda dos materiais para as sucatas
da cidade e, consequentemente aumentou a possibilidade de degradação do
meio ambiente, já que deve estar sendo misturado ao lixo doméstico,
produtos de complexa degradação. Eles arrecadavam seis toneladas de
material por mês e agora estão arrecadando três toneladas mensais.
No município, existem três cooperativas de catadores responsáveis por
transformar o lixo, Cata mais, Cotramare e Areuza. Juntas, elas reúnem
cerca de 60 trabalhadores que enxergam no plástico, papel, metal e vidro
as possibilidades de aumentar a renda e de proteger a natureza.
Contudo, devido a não separação do lixo doméstico ao que pode ser
reciclado em residências e empresas, esses profissionais apontam que o
que é jogado fora pelas pessoas poderia ser melhor aproveitado.
“Do final do ano para cá, tem caído muito a quantidade de material
reciclável. Metal e garrafa pet, por exemplo, não conseguimos juntar nem
meia tonelada por mês. Antigamente passava de mil quilos. Sem contar
que quando os carrinhos de coleta chegam, o lixo não está separado, isso
prejudica ainda mais nosso trabalho porque muita coisa acaba se
perdendo, como papelão e plástico, que é o que vendemos por R$ 0,17 e
R$ 0,70 o quilo”, contou Maria Socorro Barbosa, 43 anos, que há quatro
faz parte da cooperativa Cata mais.
Outro fator que foi destacado por quem trabalha diretamente com a
reciclagem do lixo, é a demora para a utilização do galpão de reciclagem
do aterro sanitário da cidade de Puxinanã. Segundo José Jonas, 41 anos,
que há mais de dez anos retira seu sustendo do que pode recolher do
lixo, se o local já estivesse funcionando a situação estaria bem
melhor. “Eu trabalho desde a época do lixão, mas mesmo com o aterro
sanitário não mudou nada porque os galpões não estão prontos”, destacou o
trabalhador.
De acordo com a administração do aterro e o setor de engenharia, o
projeto para o uso dos galpões está previsto para começar no próximo mês
de outubro.
O projeto do galpão já foi encaminhado para a secretaria de Serviços
Urbanos do município, que apontou que está em fase de definição a
logística do local no que diz respeito à instalação de equipamentos e
distribuição das devidas tarefas dos catadores. “O projeto está conosco e
junto com o secretário devemos executá-lo”, afirmou Jomeres Tavares,
diretor de Limpeza Urbana.
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